Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

28.8.06

Homens Notáveis - Gurdjieff


Georg Ivanovitch Gurdjieff - saiba mais

Tese de Gurdjieff , pensador russo que, no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver.Dizia ele: "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente tem valor principal".

Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.Dizem os "experts" em comportamento que, quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las:

1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

3) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

6) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

8) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

10) Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto há ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

11) Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

19) Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

20) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente:
Você é o que se fizer ser!

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Saúde mental - Rubem Alves


Rubem Alves - saiba quem

"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.

Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia.Eu me explico.Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se.Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.

Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso.Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata.Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvir falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software.

O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software.Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam.

Não se conserta um programa com chave de fenda.Porque o software é feito de símbolos e, somente símbolos, podem entrar dentro dele.Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção!

Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio:
A música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes.
A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Tranquilize-se há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?

Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal.
Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram..."

"Sobre o tempo e a eternidade" Campinas: Ed. Papirus, 1996.
veja mais aqui

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25.8.06

Homens admiráveis - OSHO

Admiro alguns seres humanos pela amplidão de seu pensamento. Jung, Pearls, Gurdjieff, Lao-Tsé, Osho, só para citar alguns. Como já ouvi muitas censuras a Osho, a maior parte delas baseadas em preconceitos e inverdades, apresento aqui uma página para consulta que contém muitos de seus ensinamentos.

Osho viveu o que dizia. Aproveitou honestamente tudo de bom que lhe foi oferecido por seus discípulos aos quais pedia que não seguissem suas palavras mas que encontrassem as próprias verdades interiores. Após sua morte coletaram as histórias que contava, recolhidas em várias culturas, e as organizaram como uma espécie de Tarot mas com um numero maior de imagens.Quando alguém estiver necessitando de um bom conselho, leia uma destas parábolas.

foto de Bhagwan Shree Rajneesh - Osho

*SÓ-RISO*

A risada é a própria essência da religião. A seriedade nunca é religiosa, não pode ser religiosa. A seriedade pertence ao ego, e é precisamente parte da própria doença.
A risada é ausência de ego. Mas existe uma diferença entre quando você ri e quando um homem verdadeiramente religioso ri. A diferença é que você sempre ri dos outros e o homem religioso ri de si mesmo, ou de todo ridículo do ser humano.

A religião não pode ser nada mais do que uma celebração da vida e a pessoa séria se torna incapaz disso: ela cria barreiras. Ela não consegue dançar, não consegue cantar, não consegue celebrar. A própria dimensão da celebração desaparece da sua vida.
Ela se torna como que um deserto. E se você for um deserto, você pode continuar pensando e fingindo que é religioso, mas você não é.

Você pode ser um cristão, um hindu, um budista, um muçulmano, mas você não pode ser religioso. Você acredita em algo, mas você não sabe nada. Você acredita em teorias e escrituras, e um homem carregado de teorias se torna sério. Um homem que não está sobrecarregado, que não tem uma carga de teorias sobre o seu ser,começa a rir.
...Osho
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23.8.06

ACELERAÇÃO

transito de venus sobre o sol projetado sobre mão
arquivos da nasa.


Ressonância Schumann - LEONARDO BOFF

Não apenas as pessoas mais idosas mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente.
Ontem foi Carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real?
Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por uma campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.

Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam o equilíbrio e a saúde.

Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a freqüência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da Terra disparou.

Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros.

Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.

Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançadores, como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra.

Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann.

Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos.

Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz.
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22.8.06

A mulher do meu irmão


Ontem vi um filme que me surpreendeu. Não costumo ter preconceitos com a nacionalidade dos filmes mas a sinopse que constava da embalagem do DVD para locação me levou a pensar na possibilidade de que fosse um filme vulgar, sem muito conteúdo.
Engano meu. A película é de origem mexicana e os atores todos ou quase todos, de nacionalidades sul americanas, são belos e o tema musical é interessante.
Surpreendi-me positivamente. O filme trata das relações entre atração, desejo e amor. Sob a história superficial da traição de uma esposa com o irmão de seu marido, o filme traz à tona conflitos na relação entre irmãos e desejos sexuais sob várias formas.
Ao final, que óbviamente não vou contar, uma exposição madura e limpa de sentimentos muito humanos, deixou-me encantada com a coragem do diretor. Sem dramas ou retoques desnecessários, ele mostra a diversidade de enfoque sobre o sentimento de amor e as pulsões do desejo em cada um dos personagens.
É valido ver para esclarecer a mente sobre o psiquismo e suas manifestações e, até para discordar.

La mujer de mi hermano - baseado no romance de Jaime Bayly, direção de Ricardo de Montreuil.
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ROTINA



Quotidiária

Toda manhã
quando acorda
ela canta,
veste a blusa
sai à lida.
Todo dia
o sol levanta
a vida chama
o pássaro pia.
É todo dia
o mesmo malho
em ferro frio.
Suor na fronte
banhar a mente
fazer da lida
uma obra quente.
Rente, rente
que nem o pão.
Aquele,
de cada dia.
Nos dai hoje
senhor
em troca da alegria,
do canto do passarinho
no pranto da malha fria
da blusa que já não cobre
o corpo rente, tão frio.
Pois inverno, chuva fina,
todo dia
todo dia
todo dia...
É pobre, pobre
minha oferenda.
Perdoai senhor
a minha vida,
assim como te perdôo
essa sempre ordem
dinária, amarga, lenta,
Rotina.


Em 26/05/02 Angela Schnoor

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21.8.06

VIAGRA


Faz tempo que reluto. Coloco este texto no blog ou não? Tudo por causa dos palavrões. Mas, acho que rir é tão fundamental que, pedindo desculpas, aqui está um texto que acho difícil ler sem rir bastante! Espero que valha!

- Vai, Horácio. Toma logo.
- Eu não tomo nada sem antes ler a bula. Cadê meus óculos?
- Pendurados no seu pescoço.
- Isso é ridículo, Maria Helena. Ridículo.
- Então todos os homens da sua idade são ridículos. Porque todos estão tomando. E não me puxa esse lençol, fazendo o favor. Olha aí o bololô que você me faz nas cobertas.
- A humanidade conseguiu crescer e se multiplicar durante milênios sem isso. Nós dois crescemos e nos multiplicamos sem isso. Taí o Pedro Paulo, taí o Zé Augusto que não me deixam mentir. Fora aquele aborto que você fez.
- Horácio, eu não vou discutir isso com você agora. Toma logo esse negócio.
- Isso aqui faz mal pro coração,sabia? Um monte de gente já morreu tentando dar uma trepadinha farmacêutica.
- Foi por uma boa causa. E não faz mal coisa nenhuma. Só pra quem é cardíaco e toma remédio. Você não é cardíaco. Nem coração você tem mais.
- Não começa, Maria Helena, não começa.
- Pode ficar sossegado que você não vai morrer do coração por causa dessa pilulinha. Eu vi num programa do GNT um velhinho de 92 anos que toma isso todo dia.
- Sério?
- Preciso de sexo, Horácio.
- Mas hoje é segunda, Maria Helena...
- Quero trepar. Foder. Ser comida por um macho de pau duro.
- Francamente, Maria Helena, que boca. Parece que saiu da zona.
- Quero ser penetrada, quero gozar.
- O sexo é uma ditadura, Maria Helena. A gente tá na idade de se livrar dela.
- Saudades da dita dura. Olha só, você me fez fazer um trocadilho de merda.
- Além do mais, Maria Helena, nós já tivemos um número mais do que suficiente de relações sexuais na vida, por qualquer padrão de referência nacional ou estrangeiro. A quantidade de esperma que eu já gastei nesses anos todos com você dava pra encher a piscina aqui do prédio.
- Com o esperma que você ordenhou manualmente, talvez. O que o senhor gastou comigo não daria nem pra encher o bidê aqui de casa. Um penico, talvez. Até a metade.
- Maria Helena...
- E faz quase um ano que não pinga uma gota lá dentro!
- Sossega o facho, mulher. Vai fazer ioga, tai chi chuan. Já ouviu falar em feng shui, bonsai, shiatsu? Arranja um cachorro. Quer um cachorro? Um salsichinha?
- Quero um salsichão, Horácio. Olha aí: outra piadinha infame.
- É porque você está com idéia fixa nessa porcaria.
- Que porcaria?
- O sexo, Maria Helena, o sexo.
- Sabe o que mais que deu naquele programa sobre sexo, Horácio?
- Não estou interessado.
- Deu que as mulheres com vida sexual ativa têm muito menos chance de ter câncer. É científico.
- Come brócolis que é a mesma coisa, Maria Helena. Protege contra tudo que é câncer. Também é científico, sabia? E puxado no azeite, com alho, fica uma delícia.
- A que ponto chegamos, Horácio. Eu falando de sexo e você me vem com brócolis puxado no azeite!
- Com alho.
- Faça-me o favor, Horácio.
- Maria Helena, escuta aqui, você já tem 50 anos, minha filha, dois filhos adultos, já tirou um ovário, já...
- Não fiz 50 ainda. Não vem não. E o que é que filho e ovário têm a ver com sexo?
- Maria Helena, me escuta. Depois de uma certa idade as mulheres não precisam mais de sexo.
- Ah, não? Quem decidiu isso?
- Sexo nessa idade é pras imaturas. Pras deslumbradas, pras iludidas que não sabem envelhecer com dignidade.
- Prefiro envelhecer com orgasmos.
- O que é que o Freud não diria de você, Maria Helena.
- E de você, então, Horácio? No mínimo, que você virou gay depois de velho. Boiola.
- Maria Helena! Faça-me o favor. Eu tenho que ouvir isso na minha própria casa, na minha própria cama, diante da minha própria televisão?
- Aliás, gay gosta de trepar. É o que eles mais gostam de fazer. Você virou outra coisa, sei lá o quê. Um pingüim de geladeira, talvez.
- Maria Helena, dá um tempo, tá? Tenho mais o que fazer.
- Fazer? Essa é boa. O que é que um funcionário público aposentado com salário integral tem pra fazer na vida, posso saber?
- Sem comentários, Maria Helena, sem comentários.
- Tá bom, sem comentários. Bota os óculos e lê duma vez essa bendita bula.
- Só que precisa de dois óculos pra ler isso. Olha só o tamanhico da letra. Se é um negócio pra velho, deviam botar uma letra bem grande. Pelo menos isso.
- Vira o foco do abajur para cá... assim... melhorou?
- Abaixa essa televisão também. Não consigo me concentrar ouvindo novela. Mais. Mais um pouco.
- Pronto, patrãozinho. Sem som. Vai, lê duma vez.
- O princípio ativo do medicamento é o citrato de sildenafil. - Sei.
- Veículos excipientes: celulose microcristalina...
- Celulose vem da madeira. Pau, portanto. Bom sinal.
- Onde foi parar a sua pouca educação, Maria Helena?
- Vai lendo, Horácio. Depois conversamos sobre a minha pouca educação.
- Cros... camelose sádica. Croscamelose. Castrepa, Maria Helena. Me recuso a tomar um troço com esse nome. Deve ser alguma secreção de camelo. Se não for coisa pior.
- Não é camelose. Num tá vendo aí? É caRmelose. Deve ser algum adoçante artificial. Pro seu pau ficar doce, meu bem.
- Putz. Só rindo mesmo. A menopausa acabou com a sua lucidez, Maria Helena.
- Troco toda a lucidez do mundo por um pau tinindo de tesão por mim.
- Absurdo, absurdo.
- Que mais, que mais, Horácio?
- Dióxido de titânio.
- Ah, titânio. Pro negócio ficar bem duro.
- Índigo carmim...
- Índigo? Deve ser o que dá o azul da pilulinha.
- Será que esse negócio não vai deixar o meu pau azul, Maria Helena?
- E daí, se deixar? Você não sai por aí exibindo o seu pênis, que eu saiba. Ou sai?
- Mas, e se eu for a um mictório público? o que é que o cara ao lado não vai pensar do meu pinto azul?
- Diz que você é um alienígena, ora bolas. Que o seu corpo está pouco a pouco se adaptando a Terra, que ainda faltam alguns detalhes. Ou explica que você é um nobre, de sangue e pinto azul. Ou não diz nada, ora bolas. Acaba de mijar, guarda o pinto azul e vai embora, pô.
- Escuta. Agora vem a parte que explica como esse petardo funciona.
- Isso. Quero ver esse petardo funcionando direitinho.
- Presta atenção. "O óxido nítrico, responsável pela ereção do pênis, ativa a enzima guanilato ciclase, que, por sua vez, induz um aumento dos níveis de monofosfato de guanosina cíclico, produzindo um relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos do pênis e permitindo assim o influxo de sangue: Cacete. Corpos cavernosos. Já pensou, Maria Helena? Corpos cavernosos sendo inundados de sangue? Puro Zé do Caixão.
- Corpo cavernoso só pode ser herança do homem das cavernas. Vocês homens evoluem muito lentamente.
- Pára de viajar, Maria Helena. Parece que fumou maconha.
- Não era má idéia. Pra relaxar. Vou roubar do Pedro Paulo. Eu sei onde ele esconde. Podíamos fumar juntos.
- Eu já tô relaxado. Tô até com sono, pra falar a verdade.
- Lê, lê, lê, lê aí. Você já dormiu tudo a que tinha direito nessa vida.
- Vou ler. "Todavia, o sildenafil não exerce um efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos..."
- Não?
- Não, Maria Helena. Ele apenas "aumenta o efeito relaxante do óxido nítrico através da inibição da fosfodiesterase-5, a qual" - veja bem, Maria Helena, veja bem - "a qual é a responsável, pela degradação do monofosfato de guanosina cíclico no corpo cavernoso?". Ouviu isso? Degradação, Maria Helena Dentro dos meus próprios corpos cavernosos. Degradante...
- Degradante é pau mole.
- Olha o nível, Maria Helena, olha o nível. Vamos ver os efeitos colaterais. Olha lá: dor de cabeça. Você sabe muito bem que se tem uma coisa que eu não suporto na vida é dor de cabeça.
- Na cultura judaico-cristã é assim mesmo, Horácio. Pra cabeça de baixo gozar, a de cima tem que padecer.
- Não me venha com essa sua erudição de internet, Maria Helena. Estamos off-line.
- Deixa de ser criança, Horácio. Se der dor de cabeça você toma um Tylenol, reza uma ave-maria, canta o "Hava Naguila'; que passa.
- Outro efeito colateral: rubor. Rá, rá. Vou ficar com cara de quê, Maria Helena? De camarão no espeto?
- Se for camarão com espeto, tá ótimo. Que mais, que mais?
- Enjôos. Ó céus. Enjôos...
- Você sempre foi um tipo enjoado, Horácio. Ninguém vai notar a diferença.
- Vamos ver o que mais... hum... dispepsia. Que lindo. Vou trepar arrotando na sua cara.
- Você me come por trás. Arrota na minha nuca.
- É brincadeira... É essa a sua idéia de amor, Maria Helena?
- Isso não tem nada a ver com amor, Horácio. Já disse: é profilaxia contra o câncer. E arrotar, você já arrota mesmo o dia inteiro, sem a menor cerimônia.
Na mesa, na sala, em qualquer lugar.
- Como se você não arrotasse, Maria Helena. - Mas não fico trombeteando os meus arrotos. Isso é coisa de machão broxa. Em vez de trepar com a esposa, fica arrotando alto pra se sentir o cara do pedaço.
- Como você é simplória, Maria Helena, como você é menor. Desculpe, mas acho que o seu cérebro anda encolhendo, sabia? Ou mofando. Ou as duas coisas.
- Vai, Horácio, chega de conversa mole. E de pau idem. Pula os efeitos colaterais.
- Como, "pula os efeitos colaterais"? É porque não é você quem vai tomar essa meleca, né? Vou ler até o fim. Os efeitos colaterais são a parte mais importante. Olha lá: gases. Que é que tá rindo aí?
- Do efeito cu-lateral. Desculpa. Esse foi de propósito. Não agüentei.
- Admiro seu humor refinado, Maria Helena. Torna você uma mulher tão mais sedutora, sabia?
- Obrigada, Horácio. Agora, quanto aos seus gases, pode relaxar o esfíncter, meu filho. Numa boa. Tô tão acostumada que até sinto falta quando estou sozinha. Sério. Fico pensando: Ah, se o Horácio estivesse aqui agora pra soltar uma bufa de feijoada com cerveja na minha cara..
- Maria Helena, qualquer dia você vai ganhar o Oscar da vulgaridade universal.
- Vou dedicar a você.
- Vamos ver que mais temos aqui em matéria de efeitos colaterais. Ah! Congestão nasal. Que gracinha. Vou ficar fanho, que nem o Donald. Qüém, qüém. Qüém.
- Um pateta com voz de pato. Perfeito. - Ridículo. Absurdo. Idiota.
- Ridículo você já é, Horácio. E quem não é? Além do mais, é só calar a boca que você não fica fanho.
- Ah, tá. E se eu quiser falar alguma coisa na hora?
- Você não diz nada de interessante há mais de dez anos, Horácio. Vai dizer justo na hora de trepar?
- Eu não nasci para dizer coisas interessantes a você, Maria Helena.
- Já percebi.
- Hum. Ouve só; diarréia!
- Quê?
- É outro efeito colateral dessa bomba aqui. Fala sério, Maria Helena. Isto aqui é um veneno. Não sei como eles vendem sem receita.
- Deixa de ser pueril, Horácio. Imagine se alguém vai ter todos os efeitos colaterais ao mesmo tempo. No máximo um ou dois.
- A caganeira e os arrotos, por exemplo? Ou a ânsia de vômito e os gases?
- Faz um cocozinho o antes. Pra esvaziar. Agora, Horácio. Eu espero.
- Eu não estou com vontade de fazer cocozinho nenhum, Maria Helena. Faça-me o favor. E olha aqui, mais um efeito colateral: visão turva.
- Você bota os seus óculos de leitura. E que tanto você quer ver que já não viu?
- Maria Helena, você não entendeu? Essa droga perturba seriamente a visão. Vou ficar cego por sei lá quantas horas, quantos dias. E tudo por causa de uma reles trepadinha? E se a minha visão não voltar? Vou andar de bengala branca pro resto da vida?
- Pode deixar que eu guio a sua bengala, Horácio. Olha, pensa no lado bom da cegueira: você vai poder me imaginar 20 anos mais moça. Trinta, se quiser.
- Maria Helena, desisto. Não vou tomar essa porcaria e tá acabado.
- Dá aqui essa cartela, Horácio. Abre a boca. Pronto. Engole. Olha a água aqui.
- Isso. Que foi? Engasgou, amor?! Tosse pra lá, ô! Me borrifou toda! Que nojo! Quer que bata nas suas costas? Ai, meu Deus! Horácio? Você está bem? Respira fundo! Isso, isso... E aí, amor? Melhorou? Morrer afogado num copo d'água ia ser idiota demais, até prum cara como você.
- Arrr! E com essa pílula monstruosa entalada na garganta, ainda por cima! Ufff! Me dá mais água.
- Quanto tempo isso aí demora pra bater?
- Isso aí o quê?
- A pílula, Horácio, a pílula.
- E eu sei lá?
- Vê na bula, Horácio.
- Hum... tá aqui: 30 minutos.
- Ótimo. Dá tempo de ver o fim da minha novela.

Reinaldo Moraes é autor dos romances: Tanto Faz e Abacaxi.
Seu primeiro livro de contos é Umidade: Histórias (Companhia das Letras, 254p)

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20.8.06

ASAS

Let me fall - Tiago Palma

Há algum tempo, encontramos entre os pertences de Alberto Santos Dumont, ainda guardados em família, páginas de um manuscrito inédito escrito em francês pelo aviador e traduzidas por sua sobrinha neta. São mais de 300 páginas onde está detalhada toda a história da aviação, desde os mitos até o ano de 1901.Além da importância do conteúdo, o mais interessante a constatar é a sensibilidade de Santos=Dumont quando descreve as sensações que teve na experiência de voar. O livro começa com referências à mitologia e o desejo do ser humano pelo espaço aéreo.
Permitiram-me a publicação antecipada, de um pequeno trecho inicial:

AEROSTAÇÃO MITOLÓGICA

por Alberto Santos=Dumont

O problema da conquista do ar é velho como o mundo.

O homem enfrentou este irritante problema, no dia em que fez sua entrada em cena no vasto teatro da criação com os grilhões da gravidade presos a seu tornozelo, e levantou para o céu o primeiro olhar de admiração e inveja. Ele se indignou com as correntes invisíveis que o prendiam ao chão, enquanto que, sobre sua cabeça a nuvem, o pássaro, a borboleta, o vil inseto, dotados generosamente na divisão desigual dos privilégios, percorriam há muito tempo o livre espaço.

E empurrando desdenhosamente o chão com o pé, elevado pelo seu ideal acima da realidade ambiente, o homem alçou vôo nos seus sonhos através os espaços proibidos e desejou adaptar a si, artificialmente, as asas que a natureza madrasta lhe havia negado.

As asas eram, aos olhos do homem primitivo, mais do que um órgão de movimento. As asas eram a imagem, o símbolo da liberdade para a qual inconscientemente suas aspirações nativas o levavam.

As asas eram o emblema da felicidade perfeita, o supremo atributo que sua imaginação religiosa se comprazia em dar ao ser imaterial, em adornar o gênio, em enfeitar a própria divindade.
Na sua filosofia ingênua, a idéia de um espírito superior se confundia simplesmente com a idéia de um espírito alado.

Foi por isso que, imediatamente, o homem levado por essa necessidade ainda confusa mas irresistível que suscitava nele o sentimento de sua imperfeição indefinida, quis se dar a faculdade sublime de voar.
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15.8.06

MUNDO DOENTE


Penso a fraternidade como a condição em que os Homens se unem para cooperar uns com outros, pelo bem comum, sabendo distinguir qual a sua área de atuação no grande projeto.

A igualdade absoluta ou quase, seria inviável para uma ação coletiva num planeta onde existe, obrigatoriamente, dualidades como dia e noite, Céu e Terra, claro e escuro etc. A falta de distinção entre as partes componentes, a unificação total, a absoluta ausência de divergências ou discriminação seria uma situação possível apenas nos planos da expressão artística, onírica, e nas experiências místicas, pois, do contrário, teremos o que já se avizinha em muitas situações pelo planeta afora: um mundo de banalidades, pseudo-uniformidade, a tal globalização reduzindo a zero qualquer resquício de individualidade e criatividade, além da exacerbação, como defesa inconsciente, de radicalismos imensos e preconceitos altamente destrutivos.

Assim sendo, proponho que pensemos no mundo tomando por base o corpo humano.
No corpo humano, cada célula tem suas características próprias e se reúne àquelas do mesmo tipo e função para compor um órgão ou tecido específico.
A identidade assumida e a especialização conhecida permitem o saber da importância de cada parte na engrenagem total, cada uma exercendo sua função, interligadas pelo sentido intrínseco de manter a saúde e integridade do corpo como um todo.
Em alguns casos, quando uma das partes é lesada, outra parte assume suas funções ou tenta compensá-las de alguma forma.
Temos exemplo de pessoas que escrevem com os pés, que "enxergam" através do tato como a cega Helen Keller que sabia dizer através do toque a cor de uma rosa e assim por diante.
Deste modo, as empresas, os países e toda a sociedade humana, teriam como sobreviver apoiando-se mutuamente e, cada uma das partes seguiria sua verdadeira vocação individual, respeitando e colaborando com as outras, sabendo da importância de todas e de cada uma para a manutenção da vida do corpo maior.

Brincando, por exemplo, com o nosso planeta veríamos a Suíça fabricar seus chocolates e relógios, enquanto os Japoneses melhoram a qualidade dos eletrônicos e os Franceses cuidam dos queijos. Deixando as indústrias aos paulistanos, não teríamos fábricas no Rio de Janeiro que poderia progredir melhor, cuidando de sua vocação para o lazer e o turismo.

Mas, o corpo humano, como tudo na sábia natureza tem órgãos vitais que não podem, ainda, serem substituídos e daí, assim como o corpo falece, a sociedade também entra em colapso quando seus principais órgãos adoecem.

É o caso das grandes potências que, como cérebros ou fígados do mundo trazem a doença e a morte para a civilização que se apoiou nelas. Isto ocorre também nas empresas que detém um poder central onde todo o corpo se apóia.

Deste modo, a proposta seria de uma fraternidade. Uma anarquia onde cada órgão teria a consciência de sua importância e compromisso para com a saúde total e dedicaria um tanto de suas células componentes, juntamente com as representantes de cada órgão ou tecido, para exercerem juntas, em conselho e consenso, as funções dos órgãos vitais.

Assim, a pele da empresa, do estado e do mundo, emprestaria células encarregadas juntamente com outras cedidas pelo estômago ou ovários, por exemplo, para compor um cérebro comandante ou um coração que bombeasse recursos, ou rins que filtrassem informações ou ainda pulmões que se encarregariam das trocas e comunicações.

Nesta organização que certamente seria difícil, demorada e trabalhosa, mas não impossível; cada setor comandante teria sua sede também em outros setores, países, cidades etc. e ao adoecer ou cansar não haveria colapso total e sim mudanças constantes efetuadas pela colaboração em lugar da competição desenfreada e individualista que assistimos hoje.

Da mesma forma que o corpo humano abriga microorganismos vários que tomam conta do corpo quando este adoece ou vem a falecer,a sociedade Humana também tem seus vírus e bactérias, elementos necessários para a dinâmica do organismo.
Estes microorganismos têm direito à vida e lutam por ela.
O conceito maniqueísta de bem ou mal, certo ou errado pretende manter fora da totalidade o que chamam de mal, sombra, demo ou outra denominação qualquer, como se pudesse ser Total qualquer coisa que não inclua todas as partes.

Não estamos cuidando da saúde do planeta e já não sabemos mais conter as epidemias de destruição em massa.
Da mesma forma que o organismo humano cuida de eliminar seus dejetos e mantém reservatórios para seu armazenamento, muitas vezes utilizando o que pode ser aproveitável como adubo e outros, a humanidade poderia aprender a lidar com os elementos desarmônicos que povoam o planeta.
Mas se pode ver que, se até no que concerne ao lixo material, conseguimos em nossa cegueira e onipotência fabricar lixo poluente, indestrutível por muito e muito tempo, imaginem a analogia com o lixo humano que produzimos!


O crime, a violência, e toda a degradação que vemos avassalar o planeta não podem ser eliminados, mas teriam que ser contidos e equilibrados.
O que chamamos de “mal” é relativo e pode ser a avaliação de outros em relação ao que, para nós, é “o Bem”!

Seguindo o modelo do corpo humano sabemos que o que nos destrói pode também ser o que nos salva. Resta-nos manter a saúde de cada um de nossos órgãos em perfeita colaboração pela saúde total, respeitando a diversidade de formas, feitios e funcionamentos, não perdendo a finalidade focada na preservação da vida. Então manteremos os micro organismos em suas funções de colaboradores do sistema, sem sermos destruídos por eles.

Em meu entendimento, o corpo da Humanidade tem um câncer em metástase. O que se pode fazer? Tentar aumentar, e muito, tudo que for saudável! Somos, cada um, uma pequena célula. Vamos cuidá-la e das que estão à volta, tentando construir um tecido saudável!

“Ontem” um rapaz brasileiro foi morto, enganosamente, por policiais ingleses no metrô de Londres, por ser julgado terrorista. Ontem, um rapaz português em férias foi morto em uma praia do Rio de Janeiro, por um marginal, por defender do roubo a sua mochila.

Medo, fome, preconceito, intolerância, sede de poder, falta de limites. Estes são “pequenos sintomas” da doença!
Os micro-organismos invadem o corpo da humanidade que, um dia, foi mais sadio.
Os Ingleses se absolveram.Não sei o que se pode fazer pela dor dos pais deste moço português.

Por mim, assumo que não devo ter cuidado o suficiente da célula que sou e onde vivo e que, inconseqüente ou acomodada, colaboro para que os vírus estejam desequilibrados e disseminados colocando em risco a Vida do corpo da Humanidade.


Em 14 de agosto de 2006

ANGELA SCHNOOR Posted by Picasa

14.8.06

SEJA BOM COM VOCÊ, SÓ POR HOJE!

Feather me


Muitas vezes estamos com tanto medo de que algo aconteça, de que alguma coisa possa não dar certo, de que alguém sofra um acidente, ou fique doente, ou nosso trabalho dê errado, falte dinheiro, alguém nos deixe, e... São tantas as ameaças mentais que não temos sossego algum.

Assim, o pior que pode nos acontecer é viver mal e com receios. Ao final, nada disso acontece ou o que acontece não foi o previsto e imaginado e passamos todo este tempo vivendo o que pensamos como se realidade fosse e... ao final do dia, da semana, do mês, estas foram as realidades que vivemos, enquanto sofremos na imaginação, no pensamento, na ansiedade, no receio...

Então é melhor experimentar ter pensamentos leves e um olhar positivo para a vida e para o tempo. Dá pra pensar assim: tudo isto é passageiro e só o meu estar bem é que prossegue apesar das circunstancias. Se eu estiver bem, tudo estará melhor e até no que for difícil, terei melhores condições para resolver e superar. Parece frase de livrinho de auto ajuda, mas é algo que encontrei dentro de mim e procuro fazer valer a cada dia, sendo que, pode ser bem difícil algumas vezes!

Procura levantar o nível da alma fazendo a cada dia uma pequena coisa boa por você, umazinha só, mas que seja como um presente que você se dê!
Ficar mais dez minutos na cama, comprar ou colher uma flor e colocar à sua frente na hora da refeição, entrar numa igreja qualquer e ficar por uns minutos recebendo as bênçãos do silêncio. Parar tudo e beber, bem devagar, um copo d’água, saboreando a benção de estar vivo e com saúde; dar um abraço apertado em um amigo; parar num café e saborear uma bebida quentinha, ao seu gosto e perceber o calor descendo dentro de você; colocar um cd para tocar e dançar um pouco sozinha; ouvir, só ouvir, e perceber se os sons te dizem alguma coisa, quem sabe uma mensagem; descalçar os sapatos e por os pés na grama, na areia, no chão!... E por aí!

Quanto tempo perdemos alimentando nossas inseguranças? Quanto tempo vivemos em um futuro remoto, imaginado e só previsível nas teias de nossos medos?

Acho que estes pequenos presentes podem ser como pílulas para uma boa saúde emocional e mental. Acabaremos mais sadios e prontos para viver de forma mais leve, aqui e agora, sem futuros sombrios e antecipações dolorosas.


Em 12 de agosto de 2006- Angela Schnoor.
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13.8.06

Julieta

Julieta Sarmento Dias Coelho
desenho meu sobre a foto

Ela nasceu em 13 de agosto. Era uma sexta feira e, ao contrário do que muitos pensam, foi uma pessoa de muita sorte. Teve, principalmente, a sorte de ser quem foi. Não foi sorteada pela fortuna material a não ser pela beleza que a acompanhou até o fim de seus dias.

Trabalhou muito, casou-se e não teve filhos. Ele, engenheiro, Português, belo e honesto, não conseguiu ficar longe das origens e ela, não se adaptou ao inverno e aos hábitos da família do marido.
Entretanto, mesmo à distância, permaneceu casada e fiel. Tinha muitos amigos com os quais jogava, viajava nas férias e ia regularmente à praia.Morou sózinha desde que minha avó, a mãe de quem cuidou bastante, faleceu. Era a mais velha das irmãs de minha mãe e me foi dada como madrinha.

Tivemos atritos em minha adolescência pois tinha conceitos morais rígidos e era um tantinho autoritária para minha personalidade rebelde e independente. Mas, foi uma das pessoas com quem mais aprendi e que mais mereceu meu respeito e admiração.

Reta, simples, discreta, auto suficiente, bela, chic e, acima de tudo, digna.
Acompanhei todo o final de sua vida com o prazer e a honra de poder cuidar dela enquanto ouvia suas histórias de vida, recebia seus ensinamentos e acompanhava seus preparativos para sua morte e depois.

Não, não pensem que era mórbida ou cruel, nem se vitimizava, apenas vivia com a mais absoluta serenidade e veracidade a sua fé e a realidade da vida.

Com tranquilidade e muita lucidez me orientou para que tomasse todas as providências para que suas vontades fossem seguidas. Cumpri suas determinações com rigor e respeito, desejando todos os dias, aprender a ser desta maneira quando chegasse o meu momento.

Dei graças a minha mãe por tê-la escolhido como minha madrinha. Ela foi meu exemplo e, durante esta "escola de vida" aprendi sobre integridade, esperança e fé. Mas, o mais importante foi o sentimento que este convívio fez nascer em mim e que não sei como chamar pois inclui respeito e admiração e estes sentimentos sempre me pareceram compatíveis com certo distanciamento e idealização.

Com relação à "tia Julieta", meu setimento foi bem maior e acho que posso chamá-lo Amor. Ela o recebeu em vida.
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PAIS


DIA DOS PAIS

Tive um pai que amei, respeitei e admirei. Sei bem das coisas que senti falta em seu papel de pai, meu e de meus irmãos, mas cada um teve o pai que a relação pessoal permitiu.

É interessante ouvir vários filhos descreverem seus pais.

Neste sábado, em nossa casa, meu marido e seus irmãos se reuniram para partilhar lembranças e opiniões sobre o pai deles. Como figura pública que foi, herói de guerra, pioneiro e patrono do Correio Aéreo Nacional, solicitaram a meu marido, a resposta a um questionário de cunho pessoal para completar uma biografia a ser publicada em órgão oficial.

Não desejando assumir mais este encargo, Alberto indicou seu irmão, o filho mais velho, para que respondesse ao questionário.
Este, então, solicitou a colaboração de todos os sete irmãos para melhor representar a opinião unânime.
A reunião contou com respostas por e-mail dos ausentes e resultou num animado lanche que acabou por coincidir com a véspera do dia dos pais.
As opiniões das noras, em paralelo, também foi interessante de se ouvir.

Quando os filhos são muitos, é mais fácil perceber as perspectivas diferentes das visões de cada um. São muitas individualidades e ainda se pode acrescentar a distância no tempo como um fator de diferenciação. Freqüentemente o pai do mais velho não será o mesmo indivíduo que foi pai para o mais novo, quinze ou vinte anos depois.

Os mais novos, assim como os netos, poderão quase sempre ter um pai mais relaxado, menos exigente, em outro momento de sua própria vida e, portanto, com outro comportamento em relação aos filhos.

Então, voltando ao dia dos pais, o que se pode chamar de um bom pai?
Acho que um bom pai é o que ama seus filhos e vive este amar da melhor forma que seu temperamento e possibilidades permitem.

Dizer que um bom pai deve ser desta ou daquela maneira é injusto e falso e é como se todas as chaves servissem para as fendas de todos os parafusos.

Quando se tem um pai amoroso, que respeita a individualidade de seus filhos, procura ajudá-los a desenvolver suas melhores potencialidades, apoiando-os em seu crescimento e podando carinhosa e pacientemente seus excessos, como se faz a uma árvore para que dê melhores frutos, este ser será também um bom pai.
Se for filha, mulher, escolherá um pai para seus filhos à imagem e semelhança do pai interior que habita suas memórias.

As faltas sentidas ou as falhas nas relações, quando há amor, acabam por fazer brotar no filho uma compreensão afetuosa do ser humano que esteve por detrás deste papel de pai. Então, existe a possibilidade do aprendizado, da superação das dificuldades e das queixas, o que vai ocorrer quando este filho, por seu turno, for pai.

Foi o que aconteceu em minha família. Um pai amigo; doce e engraçado, bom e correto; admirável pela cultura educação e sabedoria, se repetiu de forma semelhante no pai de minhas filhas e que, segundo a opinião delas, parece se refletir de algum modo em seus maridos.

Se é um tal de: - "é igualzinho ao papai", entre risos e alguns toques de brincadeira, é sinal de que estamos aperfeiçoando a raça dos homens e seguindo uma trilha feliz!

Ao meu pai Armando, ao meu sogro Nelson, ao Alberto, pai de minhas filhas, ao meu irmão Gustavo pai amoroso de meus três lindos sobrinhos; aos meus cunhados Luidi e José Henrique, ao meu sobrinho Joca, pai do Bibo, ao Carlos da sereia, pai de fato e de coração; ao João Malaia, paizão do além mar; ao Harry e ao Nicolas, meus genros e pais de meus netos e a todos os homens que admiro e respeito por seu carinho e cuidados na formação e proteção dos filhos, sejam eles biológicos ou não,

uma bela colheita!

Em 13 de agosto de 2006.
Angela Schnoor.

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DICAS DE SAÚDE


Dizem que todos os dias se deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.E também uma laranja pela vitamina C.
Uma chávena de chá verde sem açúcar para prevenir os diabetes.
Todos os dias se devem beber, pelo menos, dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias se deve tomar um Danone Bífudus pelos lactobacilos, que ninguém sabe bem o que é mas que, aos bilhões, ajudam a digestão.
Cada dia, uma Aspirina previne o enfarte.Uma taça de vinho tinto também.Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.Um copo de cerveja para... não lembro bem o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias se deve comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer tecido para uma camisola.
Devem-se fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca esquecer de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia. E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, tem que lavar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Listerine.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Tem que dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia,mais as cinco comendo, são vinte e uma. Sobram três, desde que você não apanhe trânsito.As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora.E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando estivermos viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.Ah! E o sexo!!!Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico. Mas pode-se aproveitar aquela necessidade de fibra que mencionei antes e fazer sexo com alguém forte e dinâmico e então não se pode dizer que você não “comeu alguém de fibra”!

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo, como tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e lava os dentes. Ou, enquanto faz sexo, sobrou uma mão livre? Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.Ainda bem que somos crescidinhos...senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.

Agora tenho que ir.Depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro. E já que vou, levo a escova de dentes...

desconheço o autor
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10.8.06

9 de agosto - um dia de saudade

Bagda7 - desenho de Gustavo Schnoor

Quanta falta você faz.
Por este dia que foi seu, quando a sua luz veio aquecer e abrilhantar este mundo, nada posso de melhor senão louvar sua vida e agradecer por ela.
Foi uma experiência boa e bela ter tido você como irmão por tantos anos.
Poderia ter sido mais... mas, qualquer dia a gente se encontra, colocamos uma vírgula no tempo e continuamos...
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8.8.06

Considerações sobre a gestação da alma


MuseuDorsay – LeSouvenir - escultura de AntoninMercier

A Vida, a Essência, Deus ou o Espírito de todas as coisas é o Grande e Eterno Movimento.

A vida não foi gerada, sempre existiu e se mantém eternamente nos pequenos movimentos que repetem os grandes ou vice versa, na medida em que tudo se interliga e é uma mesma coisa, um processo igual e permanente, cíclico e evolutivo como uma espiral.

Não há morte. Há a transformação constante das matérias conhecidas em cada degrau da evolução espiralada.

A estas transformações chamamos morte, pois, diante de nossa visão limitada existe um desaparecimento da forma conhecida e assimilada que precisa deixar de ser para que, em liberdade, a essência possa assumir novas formas.

Esta é uma visão que o ser humano tem, enquanto essência materializada e presa a uma forma específica. Para que possa compreender e manter contato com tudo que existe, o Homem necessita aprisionar a energia e vê-la presente e concreta em seu mundo, em seu plano de experiência.

Assim sendo, o Homem cria Deus à sua imagem e semelhança pois, tem os mesmos dons e poderes que parece só perceber fora, longe de si mesmo e maior que ele próprio.

E o Homem só se identifica com Deus, com a vida e consigo mesmo, quando cria, quando dá forma a uma essência e a aprisiona, embora temporariamente, nos limites da compreensão do plano em que vive ou, em outras palavras, no mesmo plano onde sua essência está aprisionada.

Neste momento, o da criação, ele se percebe Deus e está em uníssono com a vida, pois esta tomou forma “à sua imagem e semelhança”.

Daí o Homem acreditar Deus como alguém de fora, maior que ele, que o descobriu, o criou e deu-lhe também, uma forma. Quando fica velha, gasta, obsoleta, ultrapassada, existe a necessidade de uma nova forma material, impondo-se a destruição do modelo antigo e, portanto, da morte.

Acontece então a liberação da essência antes aprisionada e a conseqüente assunção de uma forma nova, materializada sob nosso código de compreensão humana e conseqüente perpetuação da vida que é, em maior instância, o próprio movimento dialético.

Dentro da compreensão espiral da vida, temos a gestação da estrutura material do homem, seu corpo, que se desenvolve dentro de uma outra forma, a bolsa amniótica.

Preso à placenta materna por um cordão que deve ser cortado assim que inicia a nova experiência de vida, a de ser sozinho, quando então se torna mãe e pai de uma nova instância que começa a se desenvolver a partir do nascimento: sua alma.

Durante a vida do corpo, nos é dado um tempo para crescimento, desenvolvimento e aperfeiçoamento da alma, esta nova forma de vida que terá um outro tipo de experiência após seu nascimento pela conseqüente morte do corpo, a estrutura concreta que a guardava e mantinha aprisionada.

Desde o nascimento estamos gestando uma alma. Com a morte do corpo damos-lhe a luz, libertando-a para sua vida independente e autônoma.

Assim como abandonamos a placenta, e a partir do corte do cordão umbilical adquirimos vida própria independente da mãe, a alma abandona o corpo material que se transforma em substância química da própria Terra.

Quando corta sua ligação com a existência da mãe Terra, a alma vai gerar, em seu âmago, o germe de uma outra instância de vida ainda desconhecida que viverá uma outra experiência no ciclo espiralado.

Creio que teremos informação sobre esta nova fase quando conhecermos de forma completa a formação do corpo material do sistema solar. Então ele estará pronto para morrer e parir sua essência, iniciando um novo ciclo, macro para nossa pequenez, micro na imensidão do infinito.

Dentro desta perspectiva o suicídio, assim como toda morte não natural ou não consentida, pode ser entendido como um parto prematuro ou aborto da alma.

Em 13 de Junho de 1986, Angela Schnoor.

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2.8.06

MANCHETES

A história da Chapeuzinho Vermelho
nas manchetes das principais revistas e jornais brasileiros:

Revista CLAUDIA - Como chegar na casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

Revista NOVA - Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

MARIE-CLAIRE
- "Na cama com um lobo e minha avó", relato de quem passou por essa experiência.

VEJA - "... fulano de tal, 23, o lenhador que retirou Chapeuzinho da barriga do lobo tem sido considerado um herói na região.'O lobo estava dormindo, acho que não foi tão perigoso assim', admite."

FANTÁSTICO - (Glória Maria)"... que gracinha, gente, vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo...?."

JORNAL NACIONAL- (Willian Bonner) "Boa noite. Uma menina de 7 anos foi devorada por um lobo na noite de ontem" (Fátima Bernardes) "Mas graças a atuação de um caçador, não houve uma tragédia".

CIDADE ALERTA - (Luis Datena)"...onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia para a casa da vózinha. Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva. Um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo não".

JORNAL DO BRASIL-"Floresta: Garota é atacada por lobo". Na matéria, a gente não fica sabendo onde, nem quando, nem mais detalhes.

O GLOBO - "Retirada Viva da Barriga de um Lobo". Na matéria, terá até mapa da região. O salvamento é mais importante que o ataque.

FOLHA DE S. PAULO - Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador".Na matéria, teremos um box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO - Lobo que devorou Chapeuzinho seria afiliado ao PT.

NOTÍCIAS POPULARES - Sangue e tragédia na casa da vovó.

CAPRICHO - Esse Lobo é um Gato!

PLAYBOY -(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho no mês do escândalo). Veja o que só o Lobo viu.

SEXY - (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho um ano depois do escândalo). "Essa garota matou um lobo!"

CARAS - (Ensaio fotográfico depois de um ano). "Na banheira de hidromassagem na cabana da avozinha, em Campos de Jordão, Chapeuzinho reflete sobre os acontecimentos: 'até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida, hoje sou outra pessoa' admite.

ISTO É - Gravações revelam que lobo foi assessor de influente político.

"G" Magazine - (ensaio fotográfico com lenhador). "Lenhador mostra o machado".
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Ainda tomaremos um café!

hora do café - foto de António Manuel Pinto da Silva

Ainda tomaremos um café!

Um professor, diante de sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golf...
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e,imediatamente, todos disseram que sim.

O professor então, pegou uma caixa de bolas de gude e a esvaziou dentro do pote. As bolas de gude encheram os vazios entre as bolas de golf.O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio.
Desta vez, alguns estavam hesitantes, mas a maioria respondeu: - Sim!

Em seguida, pegou uma caixa de areia e a esvaziou dentro do pote.
A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam. Fez a mesma pergunta novamente aos alunos e estes responderam que o pote, agora com toda a certeza, estava cheio.

Então o professor pegou um jarro com água e despejou o líquido dentro do vaso. A água encharcou e saturou a areia.

Finalmente, o professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote.
Os estudantes riam da situação, quando o professor perguntou para a classe:

- Qual o objetivo desta demonstração?

Um jovem e "brilhante" aluno levantou a mão e respondeu:
- Não importa quanto a vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá "espremer", dentro, mais coisas!

- Não exatamente! Respondeu o professor. Só quando você coloca, em primeiro lugar, as bolas grandes dentro do vaso, conseguirá colocar mais coisas dentro.
Vamos!!! Experimente!!! - disse ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro, com a mesma quantidade de bolas de golf, bolas de gude, areia e água.

O aluno, começou colocando a água, depois a areia, depois as bolinhas de gude e,por último, tentou colocar as bolas maiores. Verificou, surpreso, que elas não couberam no vaso. Ele já estava repleto com as coisas menores.Então, o professor disse a todos:

"O pote de vidro representa nossas vidas. As bolas de golf são as coisas realmente importantes na vida como, por exemplo, seu crescimento pessoal e espiritual, seu relacionamento com a família, os amigos, o trabalho.
São os fatores com os quais nossas vidas estariam repletas de felicidade.

Quando você dá prioridade a isso e mantém-se "aberto" para o novo, as demais coisas se ajustarão por si só: As bolas de gude são as outras coisas que importam: o conforto, a casa bonita, o carro novo, suas obrigações, seus bens e direitos materiais e todas as demais coisas menores que completam a vida.

A areia representa todos as pequenas coisas com que nos ocupamos diáriamente. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf nem para as de gude".
Se você preencher sua vida somente com as coisas pequenas, então aquelas que são realmente importantes nunca terão espaço em sua vida.

Preste atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade.

Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a fé, o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte ou prazer favorito...

Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar.

Ah! quase me esquecia...e a água representa nosso espírito que penetra e unifica tudo, assim como o sangue que alimenta nosso corpo.

Então, um aluno se levantou e perguntou o que representava o café. O professor respondeu:

"Que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada ou plena esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo".



Para Meiguinha, esperando o dia deste café em Lisboa.
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