Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

30.10.08

a vida do espírito




O corpo se alimenta de matéria e, juntos, se decompõe.
O espírito se alimenta de sonhos.
Depressão é a deterioração dos sonhos.


Escrito em 29-10-2008 4h14' am

18.10.08

hopper.ny-movie 1939

SOBRE A BENEVOLÊNCIA

peonia por Dawn LeBlanc




A benevolência é, quase sempre, perniciosa pois facilita a auto indulgência e a acomodação. Entretanto, quando dirigida a perfeccionistas ferrenhos e a incansáveis trabalhadores pode tornar-se um bálsamo, qual uma poltrona macia que acolhe o exausto.

escrito em 07/01/2004

15.10.08

Presença


Aguarela - antonio manuel pinto da silva


Hoje, à mesa do café
O odor suave do Jasmim
Penetrou-me mansamente
Fazendo-te presente
a conversar comigo
em ondas de perfume
trazidas pelo vento.



Em 02-12-1986
para Alberto

7.10.08

Onde?

Dariusz Klimczak - touch of

Como te tocar,
Se na certeza, descreio.
E na desesperança
resta o grão da fé
que me consome.
Se meus dedos ávidos
te buscam
e já lá não estás!
É como tentar segurar
um raio de sol
que a nuvem encobrirá.
Buscar a estrela
que a chuva apagou !


26/02/1982

4.10.08

PEDIDO

cena do filme Gritos e Sussurros- de Ingmar Bergman

Pedido

Preciso, mais que tudo,
que me ouças
e, me ouvindo,
me compreendas.

Preciso,
antes que eu morra,
contar das tantas mortes
porque passei tão quieta,
quando o peito ardia
e a garganta fechava
e o medo me doia os ossos
e congelava a alma.

Preciso que tu saibas,
de tanta dor,
isolamento e cárcere
dos sentimentos guardados,
para que não tenham
sido em vão
e não apodreçam
quando não mais houver
o sopro da esperança.

Minha carne queimará.
disto eu tratarei,
para que os restos
ocupem pouco espaço
e eu não perturbe os vivos
como temi
durante todo o tempo
em que vivi a me sentir demais.

Mas minha alma é grande,
e o coração imenso.
Amedronta-me
extravasar o tanto
que me deram por direito.
por isso eu não caber em mim.

Portanto eu peço,
preciso que me ouças.
para que eu ocupe outros espaços
e, ao vento das palavras
possa estar ,
ao menos por instantes,
enganadoramente,
liberta de tanto pesar.

escrito em 17/05/2001

3.10.08

Maré

Debina - Rowy. Baltyk - Autor- Bartosz


Por você me faço
Me desfaço
Na falta de tempo
Na falta de espaço
No maior abraço
Bem fundo
A galope
Enquanto cavalos
Passeiam sobre a areia


01-05-1983