Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

30.11.07

Adeus!

Tuta no dia em que completou sete anos, em 29 de Setembro de 1944
TUTA

Assim eu a chamava quando criança. É minha prima-irmã e tinha sete anos quando morou um tempo em nossa casa e cuidava de mim.
Passei anos sem desconfiar que o prazer que eu sentia quando alguém me beijava levemente a face tinha raízes nos afagos com que ela me adormecia.
Hoje ela está esperando a sua hora de partir. Espero que as burocracias humanas e os desígnios do tempo me permitam afagá-la, antes que se vá, com pequenos beijos na face. Melhor que isto, peço que os anjos sigam afagando sua alma até que ela se torne, de novo, um deles.
Até qualquer dia, querida!


escrito por Angela, já com saudade, em 30 de Novembro de 2007.



28.11.07

Calendário

Lua cheia 25-09-07



1980
Havia um horror
Que penetrava tudo
Estendendo as garras
Com cheiro de morte.
E nunca mais eu fui a mesma

1988
Houve sangue espalhado
Que, inundando tudo
Avermelhava a alma
Amedrontando para sempre.
E a inocência não foi mais a mesma.


1996
Houve fogo e cinza
Impregnando tudo
Escurecendo os dias
Paralisando espaços
E a vida nunca mais voltou à mesma

1997
Houve loucura e pânico
A envolver a alma
Amedrontando todos
dilacerando tudo
E a dor ficou sendo sempre a mesma...

2003
Crueldade
Trocou a veste
Espalhou o sangue
E fez-se um nada
Na imobilidade
Exangue na calçada.
E a impotência será sempre a mesma.

A.Schnoor escrito em 06/01/1999 e completado em
30 /04/2003

27.11.07

2000

Luta- foto de Alba Luna - olhares.com


Entre o medo e a dor,
escolho meu percurso.
Espanto ante a noite sem manhã,
terra sem horizonte,
onde o infinito é apenas uma linha traçada a lápis.
Não há mais limite nem espaço.
É tudo um grande, imenso vácuo.



escrito por Angela em 2000

24.11.07

TENSÃO

intervenções sobre cartaz de um filme



É....lástico
Ex...ticado
Tem...so
Tensão
Te - são
Ti - ção
Braza no meu peito
Booooommmm!!!!
É?!
Foi!


escrito 1996 por Angela.

23.11.07

RITUAL

Solidão - foto de Tiago Xavier



Todas as quartas,
quarto vazio.
espera...
A campainha toca em silêncio
levo minha alma à porta
ao encontro escuro
com minha emoção!
Vulto ocupa a poltrona
vazia de desejos.
Finjo que não a vejo.
Apago a luz.
Tranco a porta ,
Deixo-me lá dentro.
Saio ao encontro
da minha noite escura
Deixo na quarta,
No quarto,
Sentado na poltrona
O vulto que me espera
para os encontros
marcados
com a minha dor.
Sempre às quartas-feiras!


Escrito em setembro de 2000 por Angela

20.11.07

RESSACA

vastas visões. olhares.com

Trago em meu dentro
um mar de águas não choradas.
Tempos de monstros e tubarões.
Sereias enganosas,
espinhos sobre a pele.

Arranhos de areia e sal,
tingem de vermelhos
as lágrimas de Oceano.

Panos e muros rotos,
vidros que se quebram,
rochas que fraturam,
deixam transbordar
a imensa fragilidade,
guardada pelo tempo
das batalhas.

Escrito em 27/08/1999


15.11.07

RETINA





CLIC! UM OLHAR CARINHO.
APRISIONADO INSTANTE,
ETERNO EM MEU CAMINHO!

Para Alberto - 1971
Angela Schnoor

11.11.07

RENOVAÇÃO

Cafayate-Campanario


Morcegos abandonam o campanário
Aranhas voltam às suas tocas
À espera de um novo tempo de teias.
Quando a luz brota do centro do sino,
onde já se tocam novamente brilhos e pardais,
O mofo abandona seus cantos
e as mãos crispadas já podem alisar a vida
com toques macios de esperança.
Os cabelos em desalinho
encontram seu leito e caem, caudalosos,
pelas janelas do tempo, nas tranças de Rapunzel.
A torre desmoronou.
Resta o sino a abençoar espaços
A jorrar luz e abandono de paz
sobre as dobras dos caminhos.


Angela Schnoor

7.11.07

ENCONTRO

NBN #1296 Howardschaltz

Se teu peito
encontra meu seio
Não o sei!
Se teu âmago
Desvenda meu mago,
Imago !
Mágica!
Miragem?
Final de arco - íris...
Luz!

5.11.07

CONTOS DE ALGIBEIRA

Recebi hoje esta mensagem e fiquei muito feliz e honrada.
Vejam os escritores com os quais estarei acompanhada!

o lançamento do nosso CONTOS DE ALGIBEIRA em Porto Alegre será no próximo dia 1º de dezembro, sábado, a partir das 18h30min, na ALAMEDA DOS ESCRITORES do Shopping Total (av. Cristóvão Colombo, 545 - Bairro Floresta).
Vamos fazer uma grande festa de final de ano, agendem-se e avisem os amigos.

Aos colegas portugueses, informamos que a escritora Luciana Veiga, da Casa Verde, estará em Lisboa na primeira semana de dezembro e já está fazendo contatos para um possível lançamento ou encontro literário.

Também estamos estudando um lançamento em São Paulo, para março.
Abaixo, confiram a lista de autores.

abraços a todos,

da turma da Casa Verde.


Adrienne Myrtes
Álamo Oliveira
Alexandre Borges

Alexandre Guardiola
Altair Martins
Ana Baggio
Ana Mendes
Ana Ramalhete
Ana Saramago
Andréa Del Fuego
Angela Schnoor
Aurora Silva
Berenice Sica Lamas
Caco Belmonte
Caio Riter
Carlos Gerbase
Carlos Seabra
Carlos Tomé
Celia Maria Maciel
Celso Gutfreind
Christina Dias
Cíntia Moscovich
Claudia Tajes
Claudio Parreira
Cleci Silveira
Clelia Bortolini
Daniel de Sá
Daniel Rocha
Edson Cruz
Fabrício Carpinejar
Fernando Bonassi
Fernando Gomes
Fernando Neubarth
Fernando Rozano
Filipe Bortolini
Frederico Alberti
Gonçalo M. Tavares
Henrique Manuel Bento Fialho
Hugo Rosa
Índigo
Ivana Arruda Leite
Ivette Brandalise
Jaime Cimenti
Jaime Vaz Brasil
Jane Tutikian
Jeová Santana
João Carlos Silva
João Pedro Mésseder
João Ventura
Joel Neto
José Bandeira
José Eduardo Degrazia
Laís Chaffe
Leonardo Brasiliense
Leozito Coelho
Livia Garcia-Roza
Lourenço Cazarré
Luciana Penna
Luciana Veiga
Luís Dill
Luis Ene
Luiz Antonio de Assis Brasil
Luiz Arraes
Luiz Paulo Faccioli
manuel a. domingos Marcelino Freire
Marcelo Spalding
Maria Helena Weber
Maria João Lopes Fernandes
Mário Calado Pedro
Mario Pirata
Marô Barbieri
Milena Fischer
Monique Revillion
Nelson de Oliveira
Nilto Maciel
Nuno Camarneiro
Nuno Costa Santos
Paulo Bentancur
Paulo Kellerman
Paulo Rodrigues Ferreira
Pedro Coelho
Pedro Maciel
Pedro Salgueiro
Rafael Mota Miranda
Raquel Grabauska
Ray Silveira
Ricardo Silvestrin
Rinaldo de Fernandes
Rita Cunha Travassos
Rubem Penz
Rui Costa
Rui Manuel Amaral
Rui Zink
Rute Mota
Samir Mesquita
Sara Monteiro Silvio Fiorani
Sérgio Capparelli
Sergio Napp
Tailor Diniz
Valesca de Assis
Vasco M. Barreto
Walter Galvani
Wilson Bueno
Wilson Gorj
Zezé Pina



http://www.casaverde.art.br/



“O principal nesta minha obra da Casa Verde é estudar profundamente a loucura, os seus diversos graus, classificar-lhe os casos, descobrir enfim a causa do fenômeno e o remédio universal. Este é o mistério do meu coração."

O alienista
Machado de Assis

Saiu Minguante numero 8 - agora trimestral

O tema é a LEVEZA e são muitos escritores ótimos
para quem gosta de contos curtos.
clique aqui : http://minguante.com/

Um conto de minha autoria, como amostra:

Cabeça de vento

Todos estranhavam os brincos que ela usava. Enormes, pesados, cheio de badulaques pendurados. Só ela sabia que assim, sua cabeça não ia parar nas nuvens!


UM DESAFIO

Ártemis - estatuária grega - Palácio de Versailles - capa do livro em questão.

Recebi do senhor J.G. do http://zoobizarro.blogspot.com/ esta incumbência. Bem sabem, os que vem à Ideália, que não sou afeita a estas brincadeiras mas, vindo de quem veio, rendo-me a admiração e ao bom gosto de meu desafiante. Então, por um acaso de trabalho e pela surpresa, o livro mais à mão é um dos que leio e releio sempre que tenho algum evento profissional relacionado ao tema.

É o "Retorno da Deusa" de Edward C. Whitmont - escrito em 1982 por este homem, nascido em 1912 - um velho sábio.

Assim como o sr. J.G., também necessitei infringir a terceira regra da corrente. A quinta frase completa só faz sentido, se integrada ao parágrafo. Então escolhi a quinta frase mas a estendi até o final do parágrafo:

"Para o homem, a experiência é a perda temporária da alma. É uma ameaça que parece fatal e exige o sacrifício a Eros, o abandono das próprias expectativas, das próprias exigências e desejos".


As regras da corrente "pág. 161" são estas:

1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas – implica acaso e não escolha.

2. Abra o livro na página 161.

3. Na referida página procure a 5.ª frase completa.

4. Transcreva na íntegra para o seu blogue a frase encontrada.

5. Passe o desafio a cinco bloggers.

****************************************************

Em sendo assim,passo o testemunho a outros seis:

Azulinha, de :125zul.blogspot.com

C_mim, de lx2005.blogspot.com/

Eduardo de: dudv-descarrego.blogspot.com/

Wilson Gorj de : omuroeoutraspgs.blogspot.com/

Fábia, de bichokumdum.blogspot.com/

Ana M. de apto32.blogspot.com/ ou Casa da Nina

2.11.07

TERRA

germinação - desconheço o autor


Memória verde
do meu tempo - folha,
duende, natureza!
Saudade do abrigo
Sob o solo.
Murmúrios fervilhantes,
Sementes aflitas
Com desejos de sol!
Silêncio fresco
Da noite.
Paz de entrega
No ventre escuro
Da Terra!


Angela Schnoor

1.11.07

Para voar como anjos tristes




Sos D'un Terrien En D�tresse

Pourquoi je vis, pourquoi je meurs

Pourquoi je ris, pourquoi je pleure

Voici le S.O.S

D'un terrien en d�tresse

J'ai jamais eu les pieds sur Terre

J'aim'rais mieux �tre un oiseau

J'suis mal dans ma peau


J'voudrais voir le monde � l'envers

Si jamais c'�tait plus beau

Plus beau vu d'en haut

D'en haut

J'ai toujours confondu la vie

Avec les bandes dessin�es

J'ai comme des envies de m�tamorphose

Je sens quelque chose

Qui m'attire

Qui m'attire

Qui m'attire vers le haut


Au grand loto de l'univers

J'ai pas tir� l'bon num�ro

J'suis mal dans ma peau

J'ai pas envie d'�tre un robot

M�tro boulot dodo


Pourquoi je vis, pourquoi je meurs

Pourquoi je crie, pourquoi je pleure

Je crois capter des ondes

Venues d'un autre monde

J'ai jamais eu les pieds sur Terre

J'aim'rais mieux �tre un oiseau

J'suis mal dans ma peau


J'voudrais voir le monde � l'envers

J'aim'rais mieux �tre un oiseau

Dodo l'enfant do

Gr�gory Lemarchal Lyrics