A bruxa dentro dela
O novo restaurante atraía clientela exigente . A cozinha era boa, ingredientes de qualidade e ambiente criativo .
Na
primeira vez em que jantei naquele lugar , a moça que servia se apresentou como uma empolgada e fiel servidora do patrão .
Voltamos
em outro dia durante a semana , a casa não muito cheia e a moça ali , firme , a fazer propaganda do lugar , das especialidades e,
principalmente , do patrão .
Pensei
que falava demais já
que não nos dava chance de conversar entre nós . De pé , ao lado da mesa , não fechava a boca .
De
fato , cheguei a dar graças a deus pelas pessoas que
a mantinham ocupada , permitindo que
conversássemos livremente entre nós , sem sua publicidade explícita e exagerada.
Ao
chegar em casa , novamente me senti mal , não
saí do banheiro e passei uma noite tumultuada, sem dormir a contento .
No
dia seguinte soube que uma das minhas amigas também tivera má digestão e cólicas severas.
Consideramos
que talvez tivéssemos exagerado na quantidade ou na mistura de ingredientes dos pratos , sobremesas e bebidas .
Na
semana seguinte , o jornal do bairro publicou uma matéria sobre um cliente do local que havia sido internado com
suspeita de envenenamento , tendo escapado milagrosamente.
Foi
então que soube, à boca pequena , que os donos do restaurante haviam instalado uma câmera na cozinha .
Passou-se
um mês e toda a questão parecia ter caído no esquecimento pois nada havia sido apurado, até
que um frequentador assíduo morreu por envenenamento após ter jantado no lugar .
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