Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

29.10.12

PELA ESPERANÇA


Quando li este texto escrito pelo RONALDO MONTE em seu "BLOG DO RONA" pensei: Todos nós devíamos começar esta reação em massa. 

Sair dos condicionamentos impostos pela mídia e resgatar nossa esperança nos seres humanos. 



13 outubro 2012

Duas cenas




Na semana passada,
testemunhei duas cenas,
ambas em Cabedelo.






Cena 1:
um grupo de mais ou menos cem crianças atravessava a pista,
vindas da praia em direção à escola. Displicentemente,
uma delas deixou cair sobre a pista uma embalagem de salgadinho.
Logo depois,uma das professoras que acompanhavam o grupo
apanhou discretamente a embalagem e seguiu seu caminho.

Cena 2:
no beco estreito da feira de verduras e frutas,
um homem jaz no chão lamacento, acometido de 
um ataque epiléptico.
Sentado no chão, outro homem protegia com as mãos
a cabeça do outro,evitando que entrasse em contato
com a lama.
Não havia curiosos em volta. As pessoas apenas
passavam comovidas, certas de que nada mais havia a fazer
além do que estava sendo feito:
cuidar e esperar que chegasse o socorro competente.

Estamos tão entorpecidos pelas notícias de violência e
corrupção que nos surpreendemos com essas mínimas 
demonstrações de respeito e solidariedade cotidianas. 
Elas acontecem em toda parte, mas não merecem espaço 
nos noticiários.
É preciso catá-las com os nossos próprios olhos.
E estes olhos estão viciados a enxergar somente aquilo
que a mídia nos mostra: professoras desmotivadas,
alheias à educação integral dos seus alunos; homens
embrutecidos pela vida miserável dos restos de feira.

Só os olhos sem vícios podem ver o gesto
pedagógico espontâneo que vale por mais de mil palavras
de um discurso ecológico vazio.
Só com os olhos voltados para o chão podemos
ver a cena de amor ao próximo contra o fundo
lamacento de um beco.

É por conta de cenas como estas que ainda não me deixei vencer
pelo desencanto com a humanidade. Pois eu sei que é exatamente
isto que a grande mídia quer : que eu perca de vez 
a esperança e passe a aceitar como normal toda a maldade que
os poderosos nos impingem. A grande mídia pertence aos poderosos.

Mas contra isto ainda temos os gesto de cuidado que se
repetem nas escolas abandonadas pelos governos
e nos becos fétidos das feiras.


Postado por Ronaldo Monte às 11:36 AM

6.10.12

O renascer


jabuticabas da Marlene
 
 
Se ao menos vivêssemos no campo teríamos a alegria de vagar entre o verde e colher uma fruta fresca, em vez de bater com a cara em cimento e desesperança.
 
em 03-10-2012