Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

28.12.10

O espírito das horas


O espírito das horas

percebeu

Que a hora do ocaso é solene?

Que a madrugada é insegura e curiosa até que pie o primeiro pássaro?

Que a manhã é fresca e o sol, acabado de sair do banho, respinga luz?

Que a tarde é preguiçosa? Que indolente e cansada de claridez deseja a noite, ansiosa por estrelas?

Que a noite, introvertida, usa muitas máscaras?


escrito em 27-12-2010

23.12.10

O passado


O passado

O passado é um conceito e só existe em museus e livros históricos e, em ambos, é coisa morta, porque estático. Já, no espírito de quem lembra existe e vive, pois tingido com a fantasia de cada um, enriquece e se transforma, embora seja único e não possa ser partilhado.

escrito em 02-11-1010

20.12.10

mudança radical

Penny or a smile
imagem recebida de um amigo


Ontem deixei de ser uma pessoa gratuita.


Os relacionamentos se constroem com colaboração mútua pois, sem trocas, ou se torna comércio com suas pagas, ou desliza para o uso e abuso das servidões.

em 01-12-2010

17.12.10

A prima da Chapéuzinho

A prima da Chapeuzinho


Chapeuzinho vermelho era mocinha, estava na escola e a avó ainda morava na floresta. A prima da menina sabia da antiga história e para visitar a senhora, passou a vestir-se com uma capinha verde para que, confundida com as folhagens da mata, ficasse a salvo do Lobo filho, agora um rapazinho.


Colheu frutas vermelhas na cestinha e foi visitar vovó que, desta vez, estava bem esperta e nada doente. Saltitando pela estrada, foi vista pelo gigante da floresta que adorava verduras e saladas. Quando o Ogro viu aquela moita suculenta ficou faminto, mas desconfiou, pois embora coalhada de frutos, a coisa não parava quieta um segundo.


Interessado, mas medroso, teve receio de comer aquilo e pediu opinião ao Lobo. Este concordou que, experimentar a novidade, poderia causar dores de barriga, que aquilo não parecia sossegar em canto algum.


Enquanto a menina chegava em casa da avó, o Ogro também chegava. Pondo a carranca na janela assustou-a quando perguntou: - senhora, vi que recebeu em sua casa uma moita saltitante, coberta de frutos vermelhos e, como aprecio as verduras, queria que me dissesse se poderia causar algum mal à minha saúde se eu a devorasse.

A avó, desconfiada, respondeu que aquilo era um laxante e vomitório que tinha encomendado a uma feiticeira e que não era recomendável provar nem que fosse uma folhinha da tal moita verdejante. As frutinhas, então, poderiam causar morte imediata, pois eram venenosas e serviam para afugentar saúvas.


Assim, o Ogro foi embora e contou ao Lobo, livrando chapeuzinho verde de todos os perigos.

E o caçador quando passou naquela tarde, como de costume, tomou com elas um belo suco de frutas silvestres.


contado para Sofia na hora de dormir em 26-11-2010