Chapeuzinho vermelho já era mocinha, estava na escola e a avó ainda morava na floresta. A prima da menina sabia da antiga história e para visitar a senhora, passou a vestir-se com uma capinha verde para que, confundida com as folhagens da mata, ficasse a salvo do Lobo filho, agora um rapazinho.
Colheu frutas vermelhas na cestinha e foi visitar vovó que, desta vez, estava bem esperta e nada doente. Saltitando pela estrada, foi vista pelo gigante da floresta que adorava verduras e saladas. Quando o Ogro viu aquela moita suculenta ficou faminto, mas desconfiou, pois embora coalhada de frutos, a coisa não parava quieta um segundo.
Interessado, mas medroso, teve receio de comer aquilo e pediu opinião ao Lobo. Este concordou que, experimentar a novidade, poderia causar dores de barriga, já que aquilo não parecia sossegar em canto algum.
Enquanto a menina chegava em casa da avó, o Ogro também chegava. Pondo a carranca na janela assustou-a quando perguntou: - senhora, vi que recebeu em sua casa uma moita saltitante, coberta de frutos vermelhos e, como aprecio as verduras, queria que me dissesse se poderia causar algum mal à minha saúde se eu a devorasse.
A avó, desconfiada, respondeu que aquilo era um laxante e vomitório que tinha encomendado a uma feiticeira e que não era recomendável provar nem que fosse uma só folhinha da tal moita verdejante. As frutinhas, então, poderiam causar morte imediata, pois eram venenosas e só serviam para afugentar saúvas.
Assim, o Ogro foi embora e contou ao Lobo, livrando chapeuzinho verde de todos os perigos.
E o caçador quando passou naquela tarde, como de costume, tomou com elas um belo suco de frutas silvestres.
contado para Sofia na hora de dormir em 26-11-2010