Adeus Claude!

Hoje, no verão ensolarado da riviera francesa, uma luz se apagou. Ora, as luzes acendem e apagam todos os dias, em todas as horas!
Mas, no entanto, quando uma luz se apaga à noite e ela existe a iluminar nosso mundo, faz muita diferença.
Hoje, algumas crianças ficaram sem sua avó. Hoje, filhos se despediram de sua mãe. Hoje, um esposo de tantos anos, vai para casa sózinho, talvez para sempre.
Os campos de lavanda sentirão falta dos passeios de Mamie com seu netos, colhendo flores para secar. Hoje, a máquina de costura ainda não sabe, mas não correrá sob o mesmo comando fazendo saquinhos de sachets que atravessam oceanos para morar entre nossas roupas, perfumando-as.
Hoje, ela descansou de doar-se.
Que o vôo te seja leve, Claude. Que as dores não deixem rastros. Que os encontros aconteçam e as saudades terminem em abraços de almas libertas.
Sua falta se fará presente. A lembrança também, em cada canto da casa e da memória. E que a Ratatouille seja preparada por filhos e netos e alimente, em cada mesa da família, a lembrança de suas mãos trabalhadeiras pois, é assim que se constrói a eternidade.
Em 30 de agosto de 2007