Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

31.8.07

Adeus Claude!



Hoje, no verão ensolarado da riviera francesa, uma luz se apagou. Ora, as luzes acendem e apagam todos os dias, em todas as horas!
Mas, no entanto, quando uma luz se apaga à noite e ela existe a iluminar nosso mundo, faz muita diferença.

Hoje, algumas crianças ficaram sem sua avó. Hoje, filhos se despediram de sua mãe. Hoje, um esposo de tantos anos, vai para casa sózinho, talvez para sempre.

Os campos de lavanda sentirão falta dos passeios de Mamie com seu netos, colhendo flores para secar. Hoje, a máquina de costura ainda não sabe, mas não correrá sob o mesmo comando fazendo saquinhos de sachets que atravessam oceanos para morar entre nossas roupas, perfumando-as.

Hoje, ela descansou de doar-se.

Que o vôo te seja leve, Claude. Que as dores não deixem rastros. Que os encontros aconteçam e as saudades terminem em abraços de almas libertas.

Sua falta se fará presente. A lembrança também, em cada canto da casa e da memória. E que a Ratatouille seja preparada por filhos e netos e alimente, em cada mesa da família, a lembrança de suas mãos trabalhadeiras pois, é assim que se constrói a eternidade.

Em 30 de agosto de 2007

7 Comments:

Blogger 125_azul said...

Hoje os olhos azuis do filho dela brilharam húmidos...
Mas a despedida de quem constroi é assim, feita de saquinhos de lavanda e outros aromas que ficam para sempre.
Que descance em paz.

5:01 AM

 
Anonymous Anônimo said...

Sem palavras. Me emocionei com o post.

2:12 PM

 
Blogger Angela said...

Arara querida,
Tens razão. Os olhos dele tem estado marejados quase sempre.
Ainda bem que conseguiram chegar a tempo de despedir-se dela. Mas, fica uma saudade triste. Ela foi cedo e muito rápido. um beijo.

Dudu
Como te disse, sinto-me amassada. Ela foi uma pessoa doce e eu percebi que me sentia confiante pois sabia que cuidaria da minha prole quando lá estivessem. obrigada.

5:57 PM

 
Blogger AEnima said...

Querida... Hoje so pensava... espero que nao tenha entendido o texto, espero que seja so metafora e ficcao... Mas ja vi que nao. Um beijinho quente.

2:47 PM

 
Blogger Mocho Falante said...

uff fiquei aqui agarrado à cadeira enquanto os olhos humidos tentavam dizer à consciência que esta é uma verdade que não somos capaz de fugir, este é de facto um post cheio de sensibilidade e de muita emoção

beijocas

4:15 PM

 
Blogger Da Noya said...

Angela, fica aqui o meu carinho.
E que o aroma dos saquinhos de lavanda ajudem a perfurmar a ausência.
Bjks,
Lu.

8:57 PM

 
Blogger Angela said...

Obrigada Aenima, obrigada Mocho, obrigada Lu!

Não entendo, mas fiquei muito triste e cansada.
Acho que pela balança que já tem um prato pesando bem mais que o outro... os netos ainda são tão levinhos!

11:36 PM

 

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