Escuta!
ESCUTA
Desde que houvesse, enfim, o teu silêncio
aberto e calmo para minha dor
minhas palavras fluiriam puras
adentro neste abrigo acarinhante,
Então feridas cicatrizariam.
tu saberias, deste mim, um pouco.
pouco que sei, talvez,
quem sabe quanto?
Mas não, não ouses pensar que tu me sabes,
nem penses me entender a qualquer dia
se nem mesmo eu me sei, completamente,
só verás a ti, na luz que me iluminas.
Somos todos separados desde sempre
e cada vida é o saber somente
do dentro em cada um, se tanto!
Jamais alguém de qualquer outro entende
o riso, a lágrima, o motivo e o canto.
escuta apenas... pode ser que alcances
coisa que possa parecer contigo.
Terás então a ilusão do encontro
e o outro um pouco menos de vazio.
Em 22/11/02 - Angela Schnoor.
para Américo Ayala jr.
4 Comments:
Para que desvendar o outro... simplesmente viva com ele e compartilhe as coisas boas. Talvez eu não entendi, mas o seu poema-carta fala sobre o amor verdadeiro que é compartilhado e não o que almeja devorar o outro.
9:06 PM
Dudu
Este texto poético fala exatamente disto que aconteceu agora, com você, na relação com este texto. Uma visão sua. Válida, mas não exatamente o meu pensar ou sentir.
Não foi escrito com intenção amorosa, mas de qualquer pessoa que pense em entender o outro e apenas faz uma projeção do que se passa em si mesmo. Por isto o título: Escuta! Pois ouvindo o pouco que a outra pessoa possa saber de si e partilhar é que se torna possível um mínimo de encontro! O mais são suposições, quase sempre projetadas! Este texto foi dedicado a um bom amigo que, uma época, teve a ilusão de saber muito sobre mim.
9:43 PM
Olá !!! Cheguei até aqui pela A Casa da Nina e com certeza voltarei !! Bj
8:48 PM
Obrigada Maria!
Já estive em seu atelier e deixei algumas linhas e alfinetes.
10:06 PM
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