29.4.08
28.4.08
20.4.08
9.4.08
Lodo

Em algum lugar em mim, as coisas ficam retidas como se para sempre.
No fundo, a lama está lá, negra e silenciosa como se esperasse a noite de fazer-se óleo do tempo. Mas, ao menor movimento na superfície, turva-se o que parecia límpido.
Onde o mar para escoar rãs e lesmas que apodrecem?
Onde as correntes subterrâneas, a lavar um fundo tão fundo e escuro que desfaça pedras e dragões malditos, guardados no poço infinito de carências insepultas?
Escrito em 09-04-2008
6.4.08
ONDE EU?
Onde me encontro
sei que me perdi.
Peças espalhadas
Unidade estilhaçada
Entre outros Eus
Entre os nós
que tomaram seus rumos
em meus descaminhos.
Sempre só estive,
acompanhando passos.
Estradas alheias.
Não mais me reconheço.
Terras estrangeiras,
Idiomas que aprendi,
Não contam minha história,
emaranhada
entre as trincheiras
onde escondi meu ser.
Todos se foram.
Em amplo espaço pleno
tenho todos os rumos
sem fronteiras
e estou cega.
Não tenho pernas.
meus braços abraçam
todos os vazios.
E ... Os gritos de socorro
Nem ecos fazem!
escrito por Angela Schnoor em 17/10/2002
1.4.08
MARAMANTE

Gostava do mar.
Tinha sido seu companheiro por longos anos.
Cada baía, cada enseada, era como as curvas da mulher amada:
conhecia de cor.
Um dia, resolveu não mais voltar à terra.
Remando mansamente acariciou, pela última vez, a superfície das águas.
Cruzando a linha do horizonte, precipitou-se no infinito...
Um dia, resolveu não mais voltar à terra.
Remando mansamente acariciou, pela última vez, a superfície das águas.
Cruzando a linha do horizonte, precipitou-se no infinito...
escrito por Angela Schnoor, em 14/11/86