Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

18.12.07

O QUE VIM FAZER AQUI

uma visão do céu a partir do sul - grande angular - NASA


Meu Deus é a claridade e a transparência,
E morou em mim antes que eu fosse.

Minha religião é o pensamento que se expressa leve e semeia ao vento, símbolos ilimitados, de eterna compreensão, sem vínculos com estágios momentâneos ou Verdades de culturas passageiras.

Minha função nestas paragens, como estrangeira que sou, é falar deste deus às pessoas que encontro para que libertem suas mentes e emoções de cadeias onde já estive...

Neste caminho, adentro por seus dentros, chafurdo em seus porões e calabouços levando a experiência de meus próprios tropeços.
Aí, em seus mistérios me vejo por tantas vezes quantas visitas faço.

Quando encontro suas dores e temores, sinto medos e prantos já chorados e posso encontrar alívio em seus alívios.

Quando encontro tesouros escondidos, alegrias desperdiçadas e belezas impensadas, são também as minhas jóias que trago à tona ao validar os bens do outro.

O amor que sinto pelos seres, é fruto da profunda gratidão pela partilha e pelas portas que me abrem em confiança.

Muitas vezes, minha linguagem é desconhecida.Parece nova, ousada, perigosa... Mas talvez seja tão velha e esquecida quanto lembranças de um mundo muito antigo.

Alguns tem medo deste meu adentro. Temem perder a segurança do que consideram seu estofo. Não percebem que se encontram turvos e que seu esvaziar lhes trará um novo brilho!

Aprendi, através de muita dor, a falar línguas estranhas para que não fosse eu a estrangeira. Depois de algumas investidas francas, fui segregada em meu próprio ninho e percebi que para mostrar a luz não poderia estar cega por ela.

Ao perceber a sombra que eu própria projetava, pude entender de onde vinha a claridade que eu trazia.

Minha casa é no futuro e sei que não mais estarei aqui ao terminá-la.

Mas ela estará aberta para todos os que precisarem de um abrigo iluminado onde as sombras dão realce à luz e a transparência afasta os limites do medo.

Escrito em 1º de Julho de 2000

Angela Schnoor.

4 Comments:

Blogger 125_azul said...

Não tenho palavras, nunca li nada assim! Beijinho cheio de respeito. Amo o seu dentro e a sua capacidade de o partilhar. Gratíssima!

6:45 AM

 
Blogger Vitória said...

Um abraço Angela...lindo o teu eu!
:)Vou linkar estas teclas.

11:50 AM

 
Blogger EDUARDO OLIVEIRA FREIRE said...

Libertador e com vários significados.

9:41 PM

 
Blogger Angela said...

Querida amiga 125
Agradeço suas palavras mas será que não exagerou um pouquinho, por conta de nosso afeto/compreensão mútua?


quem tecla não chora
Obrigada, nem sei se posso ser tão linda assim, ao menos nem sempre!
Mas, te agradeço e pode fazer o link que desejar.


dudv
Bem que eu gostaria de saber que significados viu aqui!

1:30 AM

 

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