Verde musgo da desesperança
VERDE MUSGO DA DESESPERANÇA
Sim, de tanto te esperar,
Já faço parte dessa casa aberta.
Emparedei-me à tua ausência.
E, sustento a casa
com a minha vida.
E, sustento a vida
com essas paredes
para que o tempo resista
e as rachaduras nos muros
nos façam uma só espera.
Meus seios despejam cal
sobre o reboco envelhecido
para que nos reconheças
tal como deixastes um dia.
De tanto ser vista me ceguei,
Não quero te saber distante.
Já sou musgo, esquadria,
vidro sujo,
embaçada esperança
que não se crê possível.
De tanto olhar pra dentro,
fiquei cega de futuro
E já não mais espero.
Ratos comem meus anseios,
fiz raízes nos porões
e me alimento
de seu abandono.
Angela Schnoor
posted by Angela at 02:34
9 Comments:
Como eu compreendo a desesperança!
O texto é seu?
10:49 AM
Sua música, suas imagens, seus textos,você me dá paz.
Que bom poder te visitar todos os dias! Que grata a Dora que me entusiasmou com seu blog,a C_mim, que criou um para mim, aos que visitam, comentam e nos alimentam a vontade de prosseguir e a você que com sua arte se animou a partilhar também.
11:14 AM
Melga, eu não teria assinado algo que não fosse meu.
E, por mais incrível que te possa parecer ele foi escrito inspirado apenas por esta imagem que postei, quando a recebi fazem alguns poucos anos.
Não gosto de expor mazelas embora as enfrente bem mas estou pensando em postar algo bem vivido e verdadeiro só na tentativa de te mostar como se pode usar o chão onde se tomba como apoio para levantar. Tente, apesar de seu aparente "quase prazer" com o sofrimento e a rebeldia.
5:11 PM
Querida 125_azul, eu é que agradeço a oportunidade de publicar meus pensamentos e este seu apoio tão querido.
Estou criando experiência para começar a postar um pouco do profissional.
Um grande beijo, Angela.
5:16 PM
Angela, peço imensa desculpa mas não tinha reparado na sua assinatura.
Doutra forma não teria feito uma pergunta estúpida e desnecessária.
E não vale a pena estar a postar coisas que são só suas, para me fazer ver as coisas de outra maneira. Obrigada, mas acho que é demais e eu não mereço tanto.
E não pense que eu também não tive
que me levantar várias vezes. O que me custa muito é cair de novo, uma vez, duas vezes, tantas vezes!
De resto, como sempre, tem toda a razão e, por isso já levei um bom raspanete da querida 125_azul por ver sempre tudo negro.
Tentarei não voltar a falar assim.
Obrigada.
6:04 PM
melga querida, sua pergunta não foi nada estúpida. Como quase sempre assino o que posto no blog vc. poderia ter tido dúvidas. Só te informei como me coloco ante as autorias pois brigo com a falta de escrúpulos que acontece na internet do Rio. Desculpa-me vc. pois acho que fui pouco clara e meio abrupta.
Imagino também que já tenha caído e levantado mil vezes e não tenho a menor pretensão de te "converter" mas parece que vc. teme isto todo o tempo e se defende com as melgadas e com a afirmação constante de sua parceria com a descrença e com as dificuldades.
Como vc. tem uma ótima terapeuta não posso interferir e nem quero mas sei que ela deve examinar este fantasma de catequista do qual vc. tanto se defende.Pareces uma reencarnação dos silvícolas do Brasil ante os Jesuitas...:-)))
10:35 PM
Ursa querida ainda bem que está tudo esclarecido.
E é verdade que temo o tempo todo o que de mau vai chegar para mim e todos os que amo.
O que é o fantasma de catequista(nome giro)?
Beijinho.
7:37 AM
Não melguinha, acho que "nome giro" em Portugal é como a gíria para nós, é isso?
Bem, neste caso o que eu quis dizer é: como se vc. pensasse que há alguém querendo te catequizar como os jesuítas fizeram com os índios. Você parece reagir de antemão mesmo que ninguém esteja querendo isto! Portanto este "catequisador" é uma parte sua, ou seja, ele só existe em sua imaginação.
Me fiz entender? bj.
11:35 PM
Giro que dizer engraçado.
Penso que percebi o que me explicou, mas eu acho que não era isso que eu estava pensando.
Depois peço ajuda à nossa amiga querida.
10:29 AM
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