Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

31.12.12

2013 - e por falar em 13....


é o 31 e vem o 13 UUUUUUUUUUUUUUU!


por causa das crendices sobre o numero 13 e o ano que chega, aproveito para repetir um texto antigo


Sexta-Feira 13

Essa crendice de azar na sexta-feira que cai num dia 13 é a mais popular entre os cristãos. Explica-se: Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira e, na sua última ceia, havia 13 pessoas à mesa.

Segundo alguns relatos, participaram dessa ceia sagrada os doze apóstolos e Cristo, num total de 13 pessoas. Também o final foi infeliz: a crucificação e morte de Cristo, numa sexta-feira. E mais. Na antiga numeração hebraica, os números eram representados por letras. A letra que indicava a quantidade treze era a mesma usada para a palavra morte.


Antes disso, porém, existem versões e lendas mais antigas.
Na mitologia nórdica encontramos a lenda sobre  Odin, chefe de uma tribo asiática, que estabeleceu na Escandinávia o seu reino. Para administrá-lo, celebrar os rituais religiosos e predizer o futuro, Odin teria escolhido doze sábios, reunindo-os em um banquete no Valhalla, morada dos deuses. Loki, o deus do fogo, apareceu sem ser convidado e armou uma grande confusão. Como invejava a beleza radiante de Balder, deus do Sol e filho de Odin, fez com que Hodur, o deus cego, o assassinasse por engano. Daí veio a crendice de que 13 pessoas reunidas para um jantar é desgraça certa .
Essa lenda é semelhante, ao episódio da Ultima Ceia de Cristo.
Segundo outra lenda, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a friadagr, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.

 Lendas e superstições à parte, restam algumas perguntas:

- A primeira é para os mesmos cristãos que sacrificam Judas: Se 13 é um numero e dia nefasto, porque a crença de que N. Sra. de Fátima apareceu aos pastores num dia 13?

- Calendários Maias e Astecas dividiam-se em 13 períodos. Havendo 13 céus Maias.

- O 13 é um numero composto que a numeração arábica vai de Zero a nove.

Assim, o numero Um é o início da manifestação, e vem logo após o Zero = plenitude ou ausência total de tudo (como nos mitos de origem do mundo). Assim sendo, o Um é o princípio masculino, a manifestação primeira,  pelo fato de ser indivisível e, portanto, estéril em si mesmo.

O Dois- 2-  é o princípio feminino, se biparte ou multiplica.

Ora, dentro deste critério, o Três é a soma de 1+2, portanto a própria fecundidade. Daí estar associado até à trindade divina, que pode inicialmente estar ligada ao pai, filho e espírito santo, que a sociedade patriarcal suprimiu a mulher, pois esta era o símbolo da tentação e do pecado. Mas, eu diria que Três é o Pai, a Mãe  e o Filho.

No Tarot, o Um é o mago, aquele que traz consigo todos os poderes e todo o potencial.
O Dois é a Papisa, ou o princípio feminino em estado interno, não materializado.
E o Três é a Imperatriz, que representa a mulher fecunda ou a Terra primaveril.

Bem, o Treze então, sendo o Um e o Três, nos fala de uma potencialidade do feminino, da terra fértil.

O numero 13 é o advento da transmutação (no 10- a Roda, o ciclo se reinicia-1+0- e o 13 é a morte no simbolismo do Tarot), é algo que nos primórdios amedrontava muito, pois não era compreendido pela sociedade dos homens primitivos que associavam esta transmutação às mulheres, as feiticeiras, pois não as compreendiam (e, até hoje!)  em suas manifestações mais naturais como a menstruação e a fecundidade.

Acho que isto ainda amedronta (no cerne do inconsciente coletivo), pois o retorno do feminino significa o retorno das emoções e sentimentos e dos descontroles (assim como os fenômenos da Natureza) a que a cultura organizada e controlada está sujeita!

- Estes conceitos se reforçam pelo fato da sexta-feira, também estar ligada ao feminino, pois é dedicada à Vênus, deusa feminina do amor e da beleza assim como da luxúria. Cada dia da semana, em todas as culturas, (nórdicas, grega, judaica etc.) tem como referência um deus ou deusa.(também referentes aos planetas conhecidos e visíveis)

- Os dias da semana mantêm seus nomes (dá para ver bem em francês e em espanhol, assim como no inglês ou germânico).


Português- planeta- espanhol- francês- inglês

-SEGUNDALUA –LUNES -LUNDI- MONDAY (MOON- dia da Lua)
-TERÇA- MARTE- MARTES- MARDI- TUESDAY
-QUARTA-MERCÚRIO-MIERCOLES-MERCREDI-WEDNESDAY
-QUINTA- JÚPITER- JUEVES - JEUDI- THURSDAY  = (THOR) 
-SEXTA- VÊNUS- VIERNES- VENDREDI- FRIDAY = FRÉIA OU FREYR QUE É A VÊNUS NÓRDICA)
-SÁBADO- SATURNO- SÁBADO- SAMEDI- SATURDAY
-DOMINGO- SOL- DOMINGO- DIMANCHE- SUNDAY

A sexta feira é um dia lindo, dedicado à beleza e aos prazeres (e como!) Dizem que é o dia dos amantes.

E, eu fico imaginando Deus, naquela ânsia de criar o mundo, ao chegar na sexta-feira, começou a enfeitar e colocar as últimas belezuras no universo, antes de descansar.  Deve ter sido o seu dia mais prazenteiro e criativo!

- Agora vamos ao assunto mais polêmico: Cristo, seus apóstolos e Judas.
Aquela ceia com doze apóstolos! Quem diz que o 13 não era o Cristo!

Eu digo que sim, pois ele era o que fechava o círculo dos doze, o que era indivisível, era Uno. O Sol, como na ceia do da Vinci, no centro dos doze homens que iriam continuá-lo, pois ele, como treze, iria transmutar-se. 
Portanto, o treze é um numero primo, indivisível e , ele dividiu-se em pão para que pudesse sentir –se em comunhão com eles e dentro deles. E, enquanto doutrina e matéria pudesse permanecer até os nossos dias.
- E mais, Judas. Se quisermos pensar em 13 como morte, simplesmente e em morte como coisa ruim e não como transformação fica atestada a falta de e a ignorância humana que teme o que desconhece.

Se os ‘treze à mesa” vai passar a significar traição, temos que pensar melhor sobre o papel do Judas.
Ele era amigo e discípulo de Jesus. Seu discípulo confidente (Judas representa o profundo escorpião, período tenso, final de outono, angustia do inverno próximo e de suas possibilidades de morte e transformação).
E um homem que era um político e estrategista. Judas queria libertar seu povo do domínio dos Romanos e, sabia que o Cristo era quem tinha o carisma para tanto, os judeus precisavam de um Herói. Fora isto, do ponto de vista religioso, Cristo tinha sua missão a cumprir e precisava de alguém tão corajoso e com tal capacidade e força que pudesse agüentar ser espúrio por muitos séculos. Seria necessário alguém que fizesse jus à confiança de Cristo, de que ele o denunciaria! Judas o fez,  do contrario, não teríamos o Cristo de hoje. E Judas acreditava, ele sabia que seu amigo superaria a morte e que cumpriria seu papel social assim como sua vocação divina. Foi um homem de coragem e . À sombra do Cristo existe um Judas, mas não como sombraou traidora, mas como suporte abnegado, leal e forte.
E, ele aceitou seu encargo, o mais difícil de todos, ser odiado e incompreendido para que Cristo pudesse ser o Amor. Houve dois sacrifícios: o do corpo de Cristo e o do conceito de Judas.

É interessante ver dois grandes filmes sobre este tema: O antigo musical Jesus Cristo superstar e o mais Atual, A ultima tentação de Cristo, para se ter uma outra visão de Judas, da morte, do numero 13 e da sexta feira da paixão de Cristo.

Para quem tem medo do amor, qualquer sexta feira é perigosa. Para quem tem medo da morte, qualquer treze assusta!

Angela Schnoor
Em 13-09-2002