POBRE DEMÉTER!

Para que se entenda o significado do rebaixamento de Plutão, que ocorreu em 25 de agosto de 2006 no encontro da União Astronômica Internacional em Praga, é preciso antes de tudo, ter uma noção clara de que a astrologia não utiliza relações de causa e efeito em suas leituras e interpretações.

Para a maior parte dos astrólogos os planetas não “influenciam” os seres e situações humanas, mas são indicadores de uma correspondência entre o macro e o microcosmo que, por analogia, tem significados semelhantes.

Assim, se estou numa fase de muita energia e agressividade não é o Marte do Céu que me causa isto ou me influencia. Saber sua posição no céu e a sua relação com meu modo de ser, pode ajudar a tornar-me consciente de que não são os outros que estão me agredindo e sim que estou com excesso de energia de ação que precisa ser canalizada.

A avenida não faz uma curva porque existe uma placa na esquina, ambas tem o mesmo significado indicador! Pois ambas tem as mesmas características sem que haja efeito ou causalidade de uma sobre a outra.

Partindo deste princípio, vamos interpretar o fato ocorrido em nosso planeta, de acordo com aquilo que ele reflete e simboliza.

Plutão ou Hades, nome do Deus das regiões inferiores, representa as forças do inconsciente mais profundo, onde “moram” as pulsões de vida e morte.

Uma das analogias mais belas que podemos fazer com Plutão é relacioná-lo ao magma do centro da Terra que pode sair como lava dos vulcões.

Plutão simboliza o poder do instinto, o enfrentamento do Si mesmo, o poder de transformação, potência e impotência, desapego, sexualidade procriadora, capacidade de restauração e recuperação e, além do tudo aquilo que não conheço em mim mesmo.

Plutão possui uma órbita excêntrica que foi um dos “crimes” pelo qual foi julgado incompetente para ser um planeta dentro das expectativas “caretas” de um momento social em que a “intelectualidade” e pseudo racionalidade se amedronta cada vez mais com o poder do instinto que tentou varrer e manter sob o tapete da visão “científica” de mundo.

Sim, a IAU decretou que todos os “astros meninos” tem que se comportar bonitinhos e rodar certinhos em torno do papai Sol e, ai daquele que desobedecer e ir brincar nas profundezas escuras do sistema! Banido garoto Plutão! Você é um anão!

Para saber mais sobre Plutão e as resoluções de agosto de 2006 leia aqui.

De acordo com o mito ao qual está vinculado, Plutão não permanece muito tempo sobre a Terra. Por aqui, só vem mascarado e invisível, pois seu domínio, onde fica à vontade, é no submundo, nos subterrâneos.
No momento em que começa a se afastar da proximidade com o Sol, onde chegou em 1984, retomando seu caminho para o maior distanciamento, acho que sua retirada do sistema solar pela IAU, nada mais fez do que afirmar suas características de soberano da escuridão e das profundezas inalcançáveis.

Se os astrônomos mantiverem seu veredicto, é provável que, quando chegar ao ponto oposto ao de seu descobrimento, por volta de 2018, já que será banido do ensino sobre o sistema solar nas escolas, as crianças já terão “esquecido” Plutão e ele só existirá para aqueles que se aprofundarem em sua busca.

Plutão demora pouco mais que 248 anos para completar sua volta ao redor do Sol e, durante este tempo, quantas mudanças radicais a história registra?
De acordo com estudos feitos por Zecharia Sitchin, Plutão já era conhecido pelos Sumérios mas só foi "descoberto" por nossa civilização em 18 de fevereiro de 1930. (saiba mais aqui)

As tabulas de argila sumérias tem informações precisas sobre os planetas do sistema solar. Eles sabiam o tamanho de Plutão, sua composição química e orgânica e afirmavam que Plutão era na verdade um satélite de Saturno que se "desprendeu" e ganhou uma nova órbita. Eles chamavam a Lua de pote de chumbo e diziam que seu núcleo era uma 'cabaça' de ferro. Durante o programa Apolo, a NASA confirmou esses dados... Como esse conhecimento seria possível a 3.000 anos atrás?

Se Plutão já era conhecido nesta época e ficou desaparecido de nossa percepção e entendimento por todo este tempo, como será agora?

Nada acontece de repente, a humanidade passará muitos anos para esquecer Plutão e tudo aquilo que ele representa. A pergunta que faço é: quando o homem será capaz novamente de reconstrução e aprofundamento, conceitos muito vinculados ao simbolismo de Plutão já que parece que vivemos sob o império dos valores materiais e da superficialidade do consumo e da aparência?

Entretanto, como estudiosa da psique, a maior analogia que posso fazer sobre o fato do consenso mundial ter rebaixado Plutão é com aquilo que o Dr Carl Gustav Jung denominou de rebaixamento do nível mental ou “abaissement du niveau mental”.

O rebaixamento de Plutão equivale à este conceito que significa perda de energia instintiva, abaixamento ou redução do nível da consciência, condição mental e emocional experienciada como "perda da alma" que segundo Jung, " pode ser comparado à indicação da baixa de um barômetro, o que pressagia mau tempo".

O afrouxamento da consciência que é sentido como falta de interesse, tristeza ou depressão e que pode ocorrer de forma tão intensa que toda a personalidade se desmorona perdendo sua unidade, pode ser resultado de fadiga mental e física, adoecimento do corpo, emoções violentas e choques traumáticos que prejudicam e restringem a criatividade, a auto confiança e a personalidade como um todo.

Creio que ninguém pode negar que vivemos numa sociedade doente onde cada dia estes sintomas tornam-se mais constantes.A racionalidade excessiva torna-se coercitiva dos instintos e se por um lado vemos grandes depressões, por outro há violência e perda de limites.

A chamada Era de Aquário, esperada por muitos, aí está com todas as conseqüências negativas que não são mencionadas. A banalização que vemos grassar pelo mundo, o cientificismo exacerbado e a profusão de tecnologias que são incompatíveis, ao menos por enquanto, com nossa matéria física, assim como a destruição maciça da natureza, são alguns dos caminhos que já podemos antever.

Com a volta de Plutão aos subterrâneos, a profundidade, a consciência e a capacidade de recuperação natural desaparecem. A sexualidade humana vai sendo, paulatinamente, substituída por meios artificiais tanto nos relacionamentos quanto no que diz respeito à procriação. Na ânsia compulsiva por um prazer perdido, o homem se desespera e se consome.

Plutão vendo o buraco negro no centro da Galáxia, por onde passou e ainda passará até sair dos ultimos graus do Sagitário, pode ter sabido que já era o momento de voltar ao submundo levando Perséfone!

E, a comunidade dos homens de ciência, sem saber que estavam refletindo este retrocesso, passaram a negá-lo como parte “nobre” do sistema!

Pobre Deméter!

Quando será que veremos novamente a primavera?

Apenas para pensar:

Plutão foi oficialmente etiquetado como o nono planeta pela União Astronômica Internacional em 1930 e recebeu o nome do deus romano do submundo.

Foi o primeiro e único planeta a ser descoberto por um americano, Clyde W. Tombaugh.

Será que o rebaixamento de Plutão poderia indicar ter alguma analogia com a provável queda do Império americano?

Angela Schnoor - em 08-09-2006