A Gordura de Lili

A GORDURA DE LiLi

Era uma vez, uma menina moleca, sapeca, feliz, que ia vivendo a vida numa boa até que, um dia, se descobriu meio bruxa, meio diaba e teve muito medo!

A mãe da menininha,(que também era uma tremenda bruxa enrustida), sacou tudo e prendeu a menina num castelo e fez com que ela acreditasse que era princesa e, portanto, tinha que ser muito elitista e não podia se misturar assim, impunemente, com a plebe. A menina, morrendo de medo do seu "ser bruxa", achou conveniente acreditar na história e se deixou prender.

Tempo passou, ela infeliz, mas acostumada a crer que era princesa, começou a imaginar e a desejar algum milagre que a tirasse do castelo. Pensou, pensou e...Encontrou: ia vestir tantas roupas de princesa, tantas saias, tantas anáguas duras de engomadas, tantas fitas e adereços, que o seu "ser bruxa" ia ficar escondidinho, lá no fundo, e até ela mesma não conseguiria mais ver. Feito isso, teve permissão para sair do castelo. Oh! Que bom poder correr de novo, brincar, ser moleca e feliz! Mas...Não, não dava! Com tanta roupa e penduricalhos, não dava! Começou a ter vergonha de ser diferente, de não poder estar à vontade como os plebeus. Tristonha, começou a passear sozinha pelos bosques quando, um dia, encontrou um sapo.

Oh! Que bom! Este deve ser o meu príncipe encantado, igual às historinhas...Basta beijá-lo e terei meu companheiro, para sempre! Aí, poderei continuar a ser princesinha, sem perigo, mas não estarei mais só.

O sapo, louco para ser paparicado, ainda mais por uma princesa tão cheia de prendas e jóias, foi se deixando pegar, alisar e tal... Mas, previdente, medroso e assustado, não se deixava beijar enquanto não tivesse certezas! (principalmente a de ser, realmente, um príncipe encantado).
Ele se sentia tão sapo!
Aos pouquinhos, o sapo conquistava mais espaço e mais regalias até que, um dia... Metido entre as saias da princesa descobriu a bruxa escondida e..
P- I - R- O- U de medo! Já não sabia mais se era sapo, príncipe ou o que, mas teve P A V O R de virar bruxo!
Como? Deixar sair o bruxo que ele havia engolido há séculos? Nem Morto!

Aí, começou a escapulir da princesinha que, desesperada, não sabia mais o que fazer para agradar ao sapo, para que ele se deixasse beijar. Mas, o sapo era vivo! Não queria o beijo, mas também não queria perder as mordomias e então reclamava: Como posso me deixar beijar, você me espeta com suas jóias! Como vai me pegar no colo com tanta saia engomada, me esmaga! E a princesinha, cada vez mais triste, se sentia responsável pelo sapo, mas tinha um medo maior ainda de tirar as roupas e aparecer bruxa.

Um belo dia, a princesa imprensou o sapo, agarrou o sapo, beijou o sapo! E..., Tristeza cruel! Além de continuar sapo, o bruto ainda lhe deu uma mijada e andou pela floresta a espalhar que ela não era princesa coisa nenhuma, e não era nem bruxa, pois não o havia transformado em príncipe!

Triste, muito triste, a princesa teve que tirar as roupas mijadas pelo sapo e começou a se descobrir uma menina sapeca e, moleca mas que ainda tem medo da sua bruxa.

FINAL ALTERNATIVO:

1) As roupas voltaram da lavanderia, a princesa se vestiu e voltou a procurar outro sapo, acreditando que, com este a história seria diferente.

2) a princesa fica nua, descobre a bruxa e sai montada na vassoura do 1º bruxo que encontrar.

3) A princesa descobre que, sem roupas, a menina, a princesa e a bruxa são uma só e busca um sapo-bruxo-príncipe que esteja tão perplexo quanto ela.
4) Faça o seu próprio final, as possibilidades são tantas como a vida!



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