O ESPÍRITO DO NATAL

UMA HISTÓRIA DE LUZ

Quando os Homens, deixando a vida nômade começaram a se unir, formando as pequenas sociedades primitivas, dependiam completamente da natureza.

Precisavam sobreviver às intempéries, aos tempos de colheitas fracas e sobretudo ao Inverno, quando o Sol, mais distante da Terra, fazia os dias ficarem mais curtos e a supremacia da escuridão trazia consigo o frio , a neve e a insegurança da sobrevivência.

Com o Inverno se aproximando e as árvores desfolhadas, se parecendo mais com braços magros implorando aos céus, o Homem teve que encontrar meios para superar os meses de solidão, isolamento, carência e medo para conseguir chegar à nova Primavera.

Sair aos campos secos, recolher os galhos das árvores trazendo-os para dentro de seus abrigos, fazer com eles uma fogueira, usar um pouco dos óleos animais e vegetais recolhidos e acender pequenas chamas que iluminassem a noite fechada, passou a ser um trabalho essencial à sobrevivência.

Estes pequenos centros de luz, além de clarear as sombras, aqueciam os corpos gelados e atraíam à sua volta as pessoas, que, estando mais próximas, conversavam, se tocavam e também mantinham, com este encontro, o calor de seus corpos e de suas almas.

A fogueira, os lumes, os candeeiros e depois as lareiras, e os castiçais com suas velas, passaram a representar o sol, ausente do lado externo mas presente no interior dos lares e dentro de cada ser.

Assim, estas formas também continham, no seu significado, a alegria da luz, a esperança de superar os momentos de dificuldades e poder chegar ao novo começo do ciclo, com o retorno do Sol na Primavera.

Hoje, temos luz elétrica, recursos modernos de sobrevivência, mas continuamos a passar por dificuldades materiais e também por solidão, depressão e ansiedade e vários medos quanto ao futuro.
Temos também aqueles que passam fome e sentem frios de diversos tipos,fome de alimentos que possam nutrir e aquecer não só o corpo,mas a alma e o coração.

Assim como é comum fazer uma lareira ou uma fogueira nos lugares onde a temperatura é fria, podemos acender uma pequena vela que nos fará lembrar que a esperança e a alegria, nosso fogo interior, uma vez aceso, pode nos levar a superar as crises, acreditar que haverá um tempo mais florido e que devemos dividir este calor e esta chama de vida com nossos semelhantes.

Acenda sua chama interna e depois, leve à cada um, um pouco desta luz que pode ser chamada Esperança e Alegria e que, quando comungada, passa a chamar-se Amor.

Que o Natal seja o nascimento deste Amor e que, mesmo nos momentos difíceis, esteja sempre acompanhado de Luz!

Em dezembro de 2006, Angela Schnoor.


frase do dia:

"Eu honro o espírito do Natal em meu coração,
e tento conservá-lo o ano inteiro."
Charles Dickens