O mundo da bola branca
Quando a bolinha branca saiu da máquina rolou e ficou ali, esquecida em um canto. Então ela se acreditou só no mundo e não esperava nada mais da vida até se ver colocada em uma caixa com mais sete outras bolas coloridas. Em seguida, foi levada para
uma casa e colocada sobre uma mesa grande, toda forrada de um tecido macio e quentinho. À volta havia muita gente rindo e parecia uma festa. Quando ela se viu cercada das outras bolas lindas, coloridas e brilhantes, começou a achar que a vida poderia ser
uma coisa boa e divertida. Afinal tinha companheiras e muita gente interessada nela e nas demais. Então ela viu se aproximar uma vara comprida que começou a cutucá-la, até fortemente algumas vezes, e ela sentia muito ter que bater
nas outras bolas.
Até era divertido
rolar naquele espaço grande e verde e quando o choque era leve e não machucava. Ao cair num buraco junto com outras levou um susto até perceber
que uma rede a impedia de ir ao chão e ainda dava para entrar
ar e respirar.
Um dia, quando tinha acabado de cair na rede, começou a ouvir um choro pequenino
e percebeu que a bola amarela estava muito assustada. Já ia conversar com ela quando uma mão enorme tirou-as do buraco, dizendo: -‘ainda bem
que trouxe uma caixa de bolas novas, estas já estão muito velhas e maltratadas’. A bola branca ficou com medo.
Achou que seu destino
estava traçado, ia para o lixo. Branca daquele jeito, era a mais cacarecada de todas. Foi então que, para sua surpresa, percebeu que havia uma criança pequena sobre o tapete da sala. Era ainda um bebê
e foi entre as perninhas dele que ela e a bola amarela foram postas, entre palmas e gritinhos do menino encantado. E ali começou o melhor momento de sua existência, toda babada, batida contra as suaves mãozinhas, ela ficou feliz por terminar
sua vida alegrando uma criança.
contado e escrito em 28-07-2012
Para adormecer Luca e Sofia.
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