O Outro
pimp20up20maskHendrik Kerstens
No blog http://costurandomaria.blogspot.com/ da criativa Ana M - encontrei este post:
harry e sally
"eu não sinto falta dele".
"não?"
"não. eu sinto falta da lembrança dele."
Todas as faltas que sentimos, na verdade, são ausências de nós mesmos.
No blog http://costurandomaria.blogspot.com/ da criativa Ana M - encontrei este post:
harry e sally
"eu não sinto falta dele".
"não?"
"não. eu sinto falta da lembrança dele."
Então me veio a vontade de escrever sobre O Outro - esse Eu que mora em nós sob outras identidades.
Todas as faltas que sentimos, na verdade, são ausências de nós mesmos.
Saudades daquilo que fomos e do que vivemos em alguma época com alguém, um dos muitos outros que nos habitam e que encontramos pela vida afora.
Existem aqueles outros que despertam em nós o melhor que temos e alguns que trazem à tona, de forma detestável, a besta que escondemos ou que desconhecíamos até aquele momento.
Nestes casos, se tivermos pouca maturidade ou pouco conhecimento de nós mesmos, muitas vezes temos necessidade de rasgar fotos, cartas, bilhetes e apagar e-mails, como se assim nos livrássemos daquele personagem que esteve encarnado nas pessoas que um dia amamos e que nos fizeram sair do prumo.
Acontece também alimentarmos lembranças, porque fomos tão belos, felizes e adoráveis na época em que nos relacionamos com nossa capacidade amorosa, bem humorada, sexy e criativa, a partir de alguém.
Mas, será que 'o outro' é sempre uma criação nossa? Creio que sim.
E, mesmo que as pessoas sejam elas mesmas, sentimos atração pelas qualidades que aparentam e nos encantam, que desejamos ter sem saber que já moram em nós, mesmo que em germe.
Talvez o mundo seja um grande espelho e só podemos nos perceber completos ao conviver e aceitar que, como formulou Jung: quando duas pessoas se amam ou discutem, estão ali presentes queiramos ou não, ao menos quatro personalidades: os dois e mais as duas projeções inconscientes que fazem!
Já imaginaram isto em grupo?
Escrito em 11-04- 2009
8 Comments:
Faz pensar este seu post. Estava com saudades do Ideália
8:28 PM
obrigada Dudv
Também sinto falta de Ideália mas o tempo é pouco para os minicontos e os textos que coloco aqui podem se tornar longos e nem sempre fáceis de ler, por isto demoro a postá-los.
8:39 PM
Não sei se já disse isso antes (talvez uma de minhas projeções tenha dito :), mas o Ideália é mesmo uma delícia.
2:41 PM
Adelaide amorim muito simpático este seu comentário, obrigada. Delicie-se, então. Fico feliz!
11:56 PM
Olá Angela! reflexão interessante. :) e apesar do desdobramento do nosso Eu e de todos os espelhos, o que devemos procurar nas nossas profundidades é o Eu Verdadeiro. Creio que esse é o único que de facto existe. Todos os outros são sombras frustradas de nós mesmos.
9:34 AM
Louize du Lac obrigada pela visita. Gosto muito do que escreve e do como o faz.
Quanto ao seu comentário, pessoalmente temo esta palavra "verdadeiro" e suas correlatas.Creio que somos seres em mutação constante e o que é visto hoje como verdade pode não ser mais amanhã. Se quis falar do Self, este é mais do que verdade, é totalidade e engloba tudo!E as sombras, também são reflexos nossos, também fazem parte deste todo.
obrigada por me fazer pensar mais. um abraço.
2:00 AM
querida, olha o que eu li na semana passada naquele livro da adélia que comprei qdo fomos àquele sebo no espaço unibanco:
"ama e nem sabe mais o que ama"
deu um encaixe perfeito sobre esse post, não?
bisou-sou
9:21 AM
Ana Querida Ana!acho que encaixa sim. Como existem pessoas assim, apaixonadas pelo amor e o depositam sobre qualquer ser vivente que tenha, o mínimo de "Physique du Rôle".
Estou aqui presa em casa e em repouso pela gripe. Mas, não tema, pois não foi Cícero nem Heitor e, muito menos Prático que me passaram o vírus, deve ter sido o próprio Lobo Mau! :D
beijos
7:04 PM
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