Para contar às crianças
Havia num bosque, cheio de laranjeiras, uma pequena árvore que se sentia muito diferente das outras.
Um de seus galhos se estendia, estranhamente, para fora da copa buscando o sol.
Como ficava à sombra de um muro, este galho não produzia laranjas e acabava por chamar a atenção de todos os que ali chegavam.
A arvorezinha se sentia só e infeliz, e pensava que era a diferente no pomar, pois como não podia estar bem próxima das outras, as percebia apenas em conjunto e pensava que todas fossem absolutamente iguais entre si considerando-se a única que sofria com aquela sua particularidade.
Este seu sentir era agravado pelo jardineiro pois ele parecia concordar com ela, quando vinha com a serra e podava aquele seu galho estranho e vazio.
Mas, pouco tempo depois, o galho renascia e lá estava ele, outra vez, incomodando.
Era cortar e ele nascer, cortar e...Voltava, sempre igual, sem folhas, sem flores e...Sem frutos!
Certo dia, um anjo olhou por sobre a copa das árvores e viu que havia uma criança muito só e triste naquele sítio.
Viu também aquele galho vazio da arvorezinha triste e teve uma idéia.
Pensou: Vou usar este galho e tornar esta criança mais feliz.
Naquele mesmo dia, fez o jardineiro sonhar que, em vez de podar o galho iria transformá-lo numa diversão para a menina.
Qual não foi a surpresa e a felicidade da árvore quando, no dia seguinte, viu seu velho e indesejável galho, transformar-se no suporte para um balanço, onde uma criança sorridente balançava, cantava e voava bem alto, como se fosse um anjo!
Nesse dia, aquela árvore compreendeu a possibilidade de aceitar e transformar uma parte sua que rejeitava e, passou a perceber que as demais laranjeiras, cada uma a seu modo, deviam ser também especiais!
PHP
Cada característica nossa que rejeitamos e à qual negamos existência tende a voltar e aparecer em nossa vida como um ato repetido, de forma inconsciente, até que, possamos aceitá-la.
Aí então, poderemos ter o arbítrio para transformá-la em algo que nos ajude a viver melhor e mais integrados, transformando o que nos trazia sofrimento e parecia um "defeito" em potencial criativo realizado.
Angela Schnoor, março de 2001.
4 Comments:
Vou tentar seguir o seu conselho.
Beijinho.
2:22 PM
Para crianças? Amiga, você sabe tanto. Contei à Inês, antes do anjo aparecer já ela dizia para pegar nos pedacinhos que o jardineiro cortava e fazer uma casinha de bonecas. Ana esperou a criança aparecer e logo imaginou um balanço. As crianças acham rápido a solução...
3:54 PM
Filho de peixe sabe nadar!
Que amores essas princesas, não ha-de a mãe ser uma pessoa feliz!
4:49 PM
Tão bom que a gente cuide da criança que mora em nós!
Fica tudo mais fácil quando a consultamos e ouvimos.
Um beijo para as pequenas Ana, Inês e melga!
2:55 AM
Postar um comentário
<< Home