Desde sempre lembro-me viajando em imagens. Primeiro elas fugiram de meu olhar interno e se faziam ver mergulhadas em papel e cores. Depois vieram as palavras e a inspiração dos sonhos, pois foi a realidade que, muitas vezes, trouxe os pesadelos. Em busca de organizar este mundo interior surgiu a Ilha.União de idéias e sonhos, asas que herdei. Apresento-a em pequenos trechos e peço que questionem, perguntem muito para que ela possa tornar-se mais rica e interessante, lugar melhor pra viver.

25.2.06

Ser Ilha

Le Mont Saint Michel - fotografia de Alberto D. Wanderley - abril de 2004

O mont Saint Michel foi, é, será um deslumbramento... sempre.
Por vezes parece memória. Lembrança de claustro, de paz, de solitude.
Assim me sinto, como era o local antes que o homem quase o destruísse em sua ânsia de lucro material.
Quando o mar subia... isolamento, silêncio, oração.
Ao baixar a maré, acesso permitido.

Hoje a maré subiu e me lembrou esta faceta de Pessoa:

“O escrúpulo é a morte da ação.

Pensar na sensibilidade alheia é estar certo de não agir. Não há ação, por pequena que seja - e quanto mais importante, mas isso é certo, que não fira outra alma, que não magoe alguém, que não contenha elementos de que, se tivermos coração, não nos tenhamos que arrepender.

Muitas vezes tenho pensado que a filosofia real do eremita estará antes no esquivar-se a ser hostil, pelo simples fato de viver, do que em qualquer pensamento diretamente relacionado com o isolar-se" .

Fernando Pessoa (nota solta, atribuída ao Barão de Teive)

4 Comments:

Blogger 125_azul said...

Aqui esta mt frio, ideal para entrar em lugares cheios de clor e coisas lindas: hoje foi Monnet, Chaggal e Pissarro. Beijo, sei que vc gostaria de estar aqui

7:44 PM

 
Anonymous Anônimo said...

Ursa Mãe ajude-me por favor, estou a ficar baralhada.

Então não devemos pensar sempre na sensibilidade alheia?

Vou ler o Ciclo de Luz com toda a atenção e amanhã volto.

8:54 PM

 
Anonymous Anônimo said...

Melguinha, este foi um pensamento de Fernando Pessoa em um dado momento. Não há certo ou errado mas como a gente sente e vive cada coisa. Eu concordo com este pensamento principalmente a longo prazo pois nunca podemos ver tão pronto os ecos de nossas ações! Apenas é bom pensar que também somos atingidos pelas ações alheias e, portanto, também magoados em nossas sensibilidade.
Uns são mais sensíveis, outros menos. Uns estão mais machucados pela vida, outros menos ou nada! E Pessoa como pensador constante acha que a única saída é nos tornarmos eremitas... assim temos certeza de não magoar o outro.
Eu penso que podemos levar em conta a sensibilidade alheia desde que não passemos a jogar este ato contra nós mesmos!
Tudo com bom senso e uma boa dose de bem querer acaba sendo uma boa saída. Não fique aflita com tanto pensar... há pessoas que nasceram pra sentir mais que pensar, outras são melhores na prática da vida, outras já vivem melhor no sonhar.
Esqueça de querer acompanhar uma forma que não seja a sua. Tentando encontrar e seguir seu modo de ser que é único você dará o melhor de si mesma e ficará feliz também.
Já pensou como seria se cenouras quisessem ser repolhos?

2:13 AM

 
Anonymous Anônimo said...

Sabe, eu penso muito na sensibilidade alheia precisamente por ser muito sensível e sigo o princípio de não fazer aos outros o que não gostava que me fizessem a mim.

E também acho que se penso muito, ainda sinto mais. Sou uma confusão.
O pior é que arranjo sempre maneira de sair magoada.

Mais uma vez obrigada pela sua paciência.

9:08 AM

 

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