Cronon
foto de Fernando Figueiredo
Sim, fazem cinco anos que sento à mesma mesa onde as horas se alimentam de minha espera. Devoram-me a alma e o corpo que envelheceu enquanto vives dentro de minha lembrança.
No início foi quase um dia, não! Quase uma noite em que esperei, em vão, o teu regresso. Como Penélope, desfiz as horas para não me convencer do abandono. Tentei estraçalhar o tempo, mas meus instrumentos de defesa, delicados demais, impediram que eu sacrificasse nossa história.
Acabei eu, sim! Apenas eu, desencantada e fria, tentando digerir o tempo que me engole sem piedade, salpicada de amargura, furos que deixam passar, apenas alguma luz e um pouco do ar que ainda gira os ponteiros desiludidos... quase sem vida.
escrito em 05-02-2008 20h54' hv.
4 Comments:
Esta idéia do tempo nos devorando sem pedir licença é angustiante. Texto de uma beleza melancólica.
1:31 AM
Dudv
É sim, mas acho que o pior ainda é o sentimento da perda, do abandono.
Este não é natural, o tempo sim!
E, reparou na foto, que fantástico este relógio/prato com 10 horas apenas? Um tempo ainda mais curto... seria?
1:41 AM
gosto de te ler
e fizeste bem em ralhar com a 125 - anda a abusar !!
beijinhos
5:18 PM
Greentea
Obrigada pela visita! Quanta honra!
Mal tenho tempo para nada e sei bem o que é ter tensão alta! Mas, eu estou antiga, pra não dizer velha e a nossa querida amiga ainda é uma flor recém desabrochada mas que recebu muita geada, precisa se cuidar. Damos,você e eu, bronca e conselhos para seu bem!
12:56 AM
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