outra história para adormecer netos
O Pato José e o Ovo misterioso
O pato José, desde que nasceu, vivia na floresta. Um dia, resolveu arriscar sair um pouco adiante e foi andando por um arremedo de estrada. No meio do caminho começou a ter dores estranhas e parou. Ali mesmo pôs um ovo muito grande para seu tamanho e condição masculina. Ao menos assim ele achava. Se sabia pato e patos não põem ovos. Tinha duas patas, mas não era uma Pata e assim começou seu dilema existencial - Ele se chamava José, teria que ser chamado de Alice, dali pra diante?
Encostou-se no ovo, pensando confuso, quando a casca, sob o calor de suas penas, começou a rachar. Surpresa total! Dali surgiu um ser verdoso, com a maior pinta de dinossauro, e o chamava: - mamaãe!
Ele quase pirou. Tentou não rejeitar o bichinho que continuava a chamá-lo de mãe e a segui-lo estrada afora.
Um marreco que andava por perto, percebendo o dilema do Patinho, indicou a ele uma palhoça adiante que exibia a tabuleta: Dona Gansa - psicanalista.
O pato não titubeou. Pediu ajuda e deitado num belo arranjo de palha começou a contar sua infância solitária, desconhecendo pai e mãe, e toda a sua confusão existencial sem se saber José ou Alice e como fazer para sustentar aquela criaturinha verde que crescia rápido e quase já o dobrava em altura.
Algum tempo depois de muito falar e sofrer, seguiu os conselhos de Dona Gansa e foi buscar suas origens na floresta. Com o Dino atrás dele a choramingar, José fez o caminho de retorno ao lar e, ao dar com a casca quebrada do ovo, sentiu um cheiro característico. Deu uma volta em torno do objeto e descobriu que sua dor de parto nada mais havia sido senão uma tremenda dor de barriga que ajudou o Dinozinho a sair da casca de tanto que a aqueceu! Mas, de quem seria este ovo?
Em sua busca floresta adentro, acaba encontrando um casal de dinossauros que procurava, muito aflito, o ovo deles que havia rolado não sabiam para onde.
Assim, o patinho cumpriu seu papel de curador do dinossauro bebe e foi muito festejado, resolvendo também seu próprio conflito.
Afinal, José era um pato, legítimo, sem dúvida alguma e, ainda por cima, um pato analisado!
contado e escrito em abril de 2011
para Luca e Sofia
2 Comments:
Adorei angela. Se estas histórias fosses lidas mais pelas crianças e adultos, a nossa sociedade não seria tão doente.
10:59 PM
Obrigada Dudv! As crianças tem o dom de despertar em mim esta contadora de besteirol e corro o risco deles custarem a dormir, pois quando invento bobagens deste tipo eles soltam o riso e ficam mais espertos.
Agora o Luca, com seis anos, pede: vó conta piada? E depois pede: agora histórias de mito. E escolhe sempre os mais terríveis. Ama Saturno porque engolia os filhos ;D!
12:39 AM
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