Sobre abismos impensados
Abismos impensados
Quando criança sentia-me como mar: Calma, serena e silenciosa, embora abrigasse, nas entranhas, monstros e tubarões famintos, ondas bravias e toda sorte de movimentos perigosos.
Minha mãe se acreditava minha única praia e tentava exibir-me ao mundo, espelho de seus desejos. Às vezes, percebia que ela pensava que eu poderia ser um lago, onde se admirava...
Desagradada e temendo todos os avanços, recolhi as águas e consegui retê-las por muito tempo, embora minha pele exsudasse seu sal e as durezas, como conchas e corais, ficassem expostas, para desencanto de minha criadora.
Ah! Lembro-me que sempre detestei o barulho insano dos praianos, aquelas vozes a dizer tolices à volta, enquanto invadiam minhas águas, poluindo-as.
Até que não foi mais possível impedir a força dos maremotos.
Acho que alguém jamais se imaginou estopim de tantas desgraças...
Escrito por Angela em 15-04-2007 - 0h27’
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frase do dia:
Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar. - Anônimo -
8 Comments:
E tinha de ser eu a primeira. Tu com maremotos. Eu com vendavais. E assim vamos.
Quanto a frase do dia: nunca dou explicações a quem não as mereça. Realmente, aos amigos basta um olhar e ao resto ...
beijos e já segui e-mail.
9:32 AM
olá viva
vim agradecer a tua visita ao meu poiso e tive uma agradável surpresa quando encontrei um blog tão interessante
Parabéns
6:57 PM
Maremotos e Lao Tsé no anterior...desejo tudo azul, apesar das tormentas!
Beijinhos, Azulão mandou muitas fotos do azulinho ontem.
9:38 AM
Já está lá. Espero que gostes e rias.
beijos sem vendavais ou maremotos
10:34 AM
Explicações para quê ?
Cada um é o que é ...
Um beijo com sabor a mar
6:36 PM
|O seu texto parece um mar calmo, mas é muito perigoso.
9:34 PM
Ursa Mãe,
Que bela a sua maneira de descrever as coisas.
Andei fugida porque estive toda a semana em casa duma das minhas irmãs.
E a Sofia, já chegou? Força para a Fábia.
Beijocas.
3:05 PM
Isto aqui está tãaaaao parado! Pode não!
beijos
10:30 AM
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